domingo, 7 de agosto de 2011

MALHADINHA NOVA  

                                                                           
Com uma das mais belas planícies do Alentejo, onde o verde dos campos intercala com o amarelo dos girassóis, o baixo Alentejo revela-se também em grandes extensões de vinha e olival. Desmistificado há muito que esta região, essencialmente a Vidigueira, era região de vinhos brancos, os tintos chegaram e afirmaram-se, não deixando margem para dúvidas!
Caminhando um pouco mais para baixo, chegamos a Albernoa, mais exactamente à herdade da Malhadinha Nova. Num ambiente calmo, tranquilo, somos recebidos e informados de que temos que esperar um pouco pela abertura do restaurante. Sem pressa, aproveitamos e passeamos um pouco, começando por visitar as vinhas. Assentes sob solos de xisto, distribuídas pelas suaves encostas da propriedade, as vinhas começam a ganhar cor lembrando-nos que a vindima não tarda. Feita na sua totalidade manualmente, as uvas são cuidadosamente levadas para a adega, onde se faz uma selecção bastante criteriosa para garantir que, apenas as melhores entrarão nos vinhos da herdade. As castas, essas, são essencialmente tintas, onde encontramos Aragonês, Touriga Nacional, Trincadeira, Alicante Bouschet, Syrah, Cabernet Sauvignon e Alfrocheiro, relativamente às brancas prevalece o Arinto, Roupeiro, Antão Vaz e Chardonnay.
Passamos à adega, construída com tecnologia moderna, trabalhando essencialmente por gravidade, para evitar que a acção das bombas prejudiquem a qualidade da uva, recebe as uvas nos seus lagares onde tradicionalmente, pé ante pé, são esmagadas por quem lá trabalha.
Abrem-se as portas do restaurante! Enquanto degustamos uma tábua mista de queijos e enchidos, provamos o azeite da Malhadinha. Elaborado a partir da variedade galega que habita no olival tradicional, mostra-se bastante fino e agradável.
Chegam os tão esperados vinhos! Como ainda está calor lá fora, resolvemos começar com os brancos. Provamos Antão Vaz, Monte da Peceguina e Malhadinha Nova, todos de 2010. O Malhadinha Nova de cor citrina, revelando a sua tenra idade apresenta um bouquet bastante complexo a frutos maduros a laranja, ananás com ligeiras nuances de passa e baunilha. Na boca os sabores são discretos, prevalecendo o fumo, tabaco resultante do estágio em barricas. Com acidez marcada que lhe confere vivacidade e frescura, deixou-nos deliciados.
Continuamos a prova com o Monte da Peceguina Rosé 2010, de cor cereja, rico em álcool (14%), liberta aromas a frutos vermelhos com notas herbáceas. Elaborado a partir das castas Touriga Nacional e Aragonês, revela-se com uma ligeira acidez na boca, taninos marcados prevalecendo uma sensação de secura na boca. Os aromas sentidos são agora mais discretos desaparecendo gradualmente.
Chegou a vez dos tintos! Aqui a escolha ainda se torna mais difícil, desde os monocastas ao Marias da Malhadinha e ao Pequeno João, os tintos revelam-se no seu geral vinhos encorpados, complexos de elevada intensidade aromática. Marcados pelas suas castas e pelo estágio em madeira são vinhos elegantes, reflexo de toda a dedicação com que são elaborados!
O monocasta 2008 de Touriga Nacional, apresenta-se de cor rubi, profundo, desprendendo aromas a frutos vermelhos bastante maduros, onde podemos identificar a ameixa e os frutos silvestres. De sabor aveludado a frutos vermelhos, ressaltam alguns toques de madeira sem lhe retirar o equilíbrio e a elegância. De persistência mediana, deixa um agradável final de boca.
Também nós ficámos com um agradável final de boca e de dia, pelo excelente espaço, atendimento e claro, pelos fantásticos vinhos que provámos!
Até breve e… bons vinhos!
PROVA DOS BRANCOS
ENTRADA DO RESTAURANTE E ADEGA

ADEGA

SALA DE PROVAS

ROSÉ DA PECEGUINA- PRESENTE NO CONCURSO DOS VINHOS ENGARRAFADOS DO ALENTEJO

COMEÇARAM OS TINTOS

HOTEL E SPA

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