quarta-feira, 29 de maio de 2013

2.º ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ contribuiu para afirmar a identidade da sub-região

Uma aposta ganha liderada pela autarquia de Vila Nova de Foz Côa


A 2.ª edição do ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ confirmou as credenciais do ano passado: uma sub-região que está em movimento e tem ainda muito para mostrar ao mundo dos enófilos e gourmets. A organização do evento, que acolheu 70 stands de produtores de vinho e sabores, coube mais uma vez à Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, cidade que se assumiu como a capital do Douro Superior. No final do certame, que durou três dias, quase 6.000 pessoas passaram pelo ExpoCôa, um dos ex-líbris da cidade.

Uma aposta liderada pelo presidente da Câmara, Gustavo de Sousa Duarte, que reconheceu há anos que o concelho precisava de promover as suas mais-valias, sendo a maior o vinho, à qual se juntam o azeite e a amêndoa, formando um triângulo agrícola nuclear da região.

O facto de empresas de grande prestígio terem começado a investir nesta região – e falamos de nomes como Quinta do Crasto, João Portugal Ramos | Duorum, Jean-Michel Cazes, Grandes Quintas, entre vários outros – só veio reforçar esta ideia. A estes juntam-se outros nomes que há décadas se instalaram no Douro Superior, como a Sogrape | Quinta da Leda, a Quinta do Vale Meão, a CARM, a Ramos Pinto, a Symington ou a VDS, entre outros. Com algumas (poucas) excepções, todos os produtores estiveram presentes e muitas vezes com os próprios enólogos e proprietários.

O Douro Superior emerge de algum anonimato que lhe tolheu os movimentos durante décadas. Um conjunto de factores tem contribuído para mudar esta situação, colocando a região no mapa dos enófilos. A melhoria brutal nas vias de acesso é um desses factores: em menos de quatro horas é possível chegar de Lisboa a Vila Nova de Foz Côa, por exemplo, até porque o viajante pode usar, se o entender, exclusivamente vias rápidas. A chegada de grandes e reputadas empresas da área vitícola é outro dos factores. A subida vertiginosa dos preços da terra agrícola na última década é um indicador seguro de que o Douro Superior está no bom caminho e a ganhar notoriedade.

Um Festival com várias iniciativas pararelas

Tal como no ano passado, o Festival incluiu um conjunto de acções paralelas. Na sexta-feira, ainda antes da inauguração do evento, ocorreram duas: o 2.º Concurso de Vinhos do Douro Superior e o colóquio “A Vinha, o Vinho e o Mercado: Desafios para o Douro Superior”. No primeiro caso relembramos os grandes campeões em cada uma das categorias: nos brancos venceu o ‘Quinta da Sequeira Grande Reserva 2011’, de Mário Jorge Monteiro Cardoso; nos tintos a palma (tal como no passado, mas com a colheita anterior) foi para o ‘Quinta do Vale Meão 2010’, de Francisco Olazabal; e o ‘Quinta de Ervamoira Vintage 2009’, da Ramos Pinto, foi considerado o melhor vinho do Porto.

Quanto ao Colóquio, incluiu sete comunicações e uma mesa redonda. A coordenação pertenceu a João Afonso, da Revista de Vinhos. Da parte da manhã dois temas em evidência: “Flavescência Dourada”, por Cristina Carlos, da ADVID, e “Porta Enxertos, Castas e Clones do Douro Superior”, por António Graça da Sogrape. A flavescência, uma doença grave da vinha, foi exposta de modo muito preciso e ficou bem claro que, ou tomamos (todos sem excepção) as devidas providências contra esta nova ameaça, ou o resultado pode ser muito mais devastador do que aquilo que podemos imaginar. António Graça, por sua vez, veio mostrar o elevado profissionalismo da empresa onde desenvolve trabalho. Nas vinhas da Sogrape o futuro é já o presente: quintas divididas em parcelas específicas de solo/clima/castas/clones, com o “simples” objectivo de retirar de cada parcela o melhor que ela tem para dar. A mesa redonda que sondou “50 Anos de Viticultura Duriense” ficou aquém das expectativas e muito ficou por discutir e concluir. O limite de tempo e alguma inércia cautelosa deixaram muitas perguntas no ar.

Da parte da tarde, foram duas as comunicações. A primeira a cargo de Nuno Borges, da Adega Cooperativa de Vila Real, que provou que o Douro pertence aos durienses, esclarecendo que uma adega à beira da falência há uns anos atrás pode ser hoje um case study. E a segunda, de Renata Abreu, export manager da Quinta Nova de Nossa Senhora do Cargo, que ao relatar os pontos fundamentais (e não foram poucos) da sua experiência a vender o Douro e Portugal nos mercados externos, não deixou de confessar que por lá ainda se admiram com a cor branca da sua pele, porque sempre pensaram que Portugal ficava na América do Sul (!).

O 2.º ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ contou ainda com três provas comentadas. João Afonso apresentou vários “Brancos de Terroir do Douro Superior”, realçando as diferenças entre eles, consoante os variados elementos geográficos e geológicos. Uma prova interessante e muito participada. No Sábado à tarde, Nuno Oliveira Garcia, blogger do “Saca a Rolha” e colaborador da Revista de Vinhos, apresentou magistralmente vários “Vintages de Quinta do Douro Superior”. Para finalizar nos vinhos, Luís Antunes, da Revista de Vinhos, mostrou “20 Anos de Grandes Tintos do Douro Superior”, reunindo um notável conjunto de vinhos, incluindo o Reserva Especial da Casa Ferreirinha de 1986, ainda em grande forma apesar dos seus quase 27 anos de idade. Participaram vários enólogos que ajudaram a descrever os vinhos e a contar as respectivas histórias na sua base. Extremamente interessante e a provar que os grandes vinhos desta região são fantásticos e longevos. Pelo meio, duas outras iniciativas: destaque para uma prova de “Azeites do Douro Superior”, ministrada pelo técnico Francisco Pavão, considerado um dos gurus nacionais nesta área. E ainda um workshop com o tema “Saber Servir; Vender Melhor”, onde dois técnicos do IVDP ensinaram uma audiência – sobretudo compostas por profissionais da restauração – a servir e valorizar o vinho do Porto, especialmente na harmonização deste néctar com a comida.

O 2.º ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ contribuiu também para levar às quintas um conjunto de líderes de opinião que vão transportar uma ideia diferente – e mais positiva – dos vinhos e gentes do Douro Superior, e em especial da sua capital, Vila Nova de Foz Côa. Quinta do Vale D’Aldeia, Quinta da Sequeira, Quinta das Marvalhas (CARM) e Quinta de Castelo Melhor (Duorum) foram os quatro projectos visitados pelo grupo de jornalistas – de imprensa escrita, rádio e televisão –, bloggers, escanções e compradores que fizeram questão de acompanhar de perto esta edição do certame.

Para mais informações, contactar, por favor:
Joana Pratas | Consultoria em Comunicação e RP

(joanapratas@joanapratas.com ou joanapratas.com@gmail.com; 93 779 00 05)

domingo, 19 de maio de 2013

MÍLDIO DA VIDEIRA


Míldio


Introdução


O míldio é uma doença criptogâmica causada pelo fungo Plasmopara Viticola, que ataca todos os órgãos da planta: folhas, sarmentos, gavinhas e cachos.
Ainda que não necessite de chuva para o seu desenvolvimento, condições de elevada humidade, conjugadas com temperaturas amenas reúnem o quadro ideal para o seu desenvolvimento.
O seu controlo poderá ser feito, recorrendo a tratamentos fitofarmacêuticos geralmente conjugados com técnicas culturais que privilegiem o arejamento da copa. Tal como todas as doenças, o míldio deverá ser tratado preventivamente.

Sintomas

Nas folhas


Os primeiros sintomas manifestam-se pelo aparecimento de manchas ligeiramente mais claras, na página superior da folha, passando posteriormente para as chamadas “manchas de óleo”. Nas castas brancas as manchas são amarelas, enquanto nas castas tintureiras, o aparecimento dos sintomas revela-se pela presença de manchas vermelhas, distribuídas aleatoriamente por toda a folha.
Estas manchas desenvolvem-se com alguma facilidade, atingindo ao fim de poucos dias dimensões que podem ir aos 50mm de diâmetro, nas folhas mais jovens.
Após vários dias de elevada temperatura, podemos observar na página inferior da folha um enfeltrado branco, correspondente ao desenvolvimento do fungo.
Com o tempo, as manchas de óleo ficam mais amarelas, acabando por necrosar e dar origem a manchas secas distribuídas pela folhagem.
No início do Outono, as manchas necrosam originando peças castanhas distribuídas por toda a folha, a que usualmente, se designa de – Míldio mosaico.
As contaminações com o herbicida paraquato, são muito semelhantes aos do míldio, pelo seu aparecimento de manchas cloróticas distribuídas pela folha.

Pâmpanos


O míldio, quando aparece numa fase inicial do desenvolvimento da videira, pode atacar a zona dos pâmpanos, onde se desenvolve o micélio. Mais tarde necrosam e secam, inviabilizando a produção do ano.
O pâmpano, altera a sua forma, desenvolvendo com uma ligeira curvatura em forma de “S”.

Nos cachos

O míldio pode atacar todos os órgãos do cacho, designadamente o pedúnculo, pedicelos, botões florais, flores abertas, bagos formados.
Antes ou durante a floração, os ataques traduzem-se por um aborto total ou parcial das flores acompanhado por um escurecimento do cacho. Sob estes órgãos aparece uma pubescência esbranquiçada. Se o ataque for intenso pode ocorrer uma má formação dos bagos.
Após a floração os bagos aparecem mal formados podendo ser atingidos pelo seu pedicelo, parando o crescimento e cobrindo-se por uma poeira esbranquiçada.






Os bagos mais maduros são menos sensíveis ao ataque do fungo, no entanto, em ataques próximos do pintor, os bagos ficam cobertos de manchas acinzentadas, que vão progressivamente evoluindo para castanhas. Ocorre simultaneamente uma depressão no bago na zona da infeção, que se torna acastanhada e impede o desenvolvimento natural deste.







Estragos

Ataques muito graves provocam desparra prematura.
Os cachos dão vinho de baixa qualidade
O atempamento é imperfeito, conduzindo a um deficiente rebentamento no ano seguinte.


Condições favoráveis ao desenvolvimento do míldio

- Queda pluviométrica
Os oósporos só germinam após a maturação necessitando de 10 mm de chuva e uma temperatura de 10 °C para germinarem. 
- Temperatura
A germinação  ocorre a temperaturas mínimas de 10 °C, sendo o seu ótimo entre 18-24 °C.

- Humidade relativa

H.R. ótima: 95%
H.R. mínima: 75-85%

- Recetividade da planta
A planta está especialmente recetiva na fase inicial do seu desenvolvimento, no entanto continua sensível durante todo o ciclo vegetativo. Após o período de folhas abertas, até essa fase, devido ao fato dos estomas se encontrarem fechados e o revestimento piloso da planta ser muito denso os ataques são inexistentes.
As inflorescências são especialmente sensíveis ao ataque do fungo desde o período pré-floral até ao vingamento do cacho. Durante o crescimento do bago até ao pintor a sensibilidade da planta ao ataque do míldio aumenta.

Estratégias de proteção


-Em vinhas excessivamente húmidas o míldio ataca antes dos pâmpanos com 10 cm (7-8 folhas);
-Em terrenos húmidos não é necessária R≥10 mm/24 h;
- Os primeiros tratamentos são muito importantes para a futura evolução do parasita
-A formação de focos primários numerosos e precoces, são mais prováveis com Inverno e início de Primavera chuvosos;
-O primeiro ataque vem do solo e apenas atinge algumas cepas. Para um 2º ataque basta chuva fraca a 20 °C.
-As manchas das contaminações primárias devem ser procuradas nas folhas mais basais das cepas.

Medidas de proteção

- Solos bem drenados dificultam a propagação do fungo;
- Enrelvamento ou não-mobilização permite a entrada no terreno, mesmo em épocas de grandes chuvas;
-Eliminar folhas e ramos ladrões com focos primários;
-Desponta depois da floração e monda precoce de folhas favorece o arejamento;
-Controlar o vigor excessivo das cepas recorrendo a práticas de fertilização e regas equilibradas;
-Utilização de produtos fitofarmacêuticos.

Monitorização

De acordo com os estados de desenvolvimento e os períodos de maior risco de incidência da doença, a monitorização deve ser realizada periodicamente recorrendo a observação visual em simultâneo com a avaliação das condições favoráveis ao desenvolvimento da doença.
Além da observação visual, dados metereológicos ou avisos agrícolas, permitem complementar os dados permitindo uma melhor avaliação da estimativa de risco.


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Wine Moments & Gourmet promete “Experiência Vínica à Volta do Mundo” em workshop | Nota de Imprensa


No Sábado, dia 01 de Junho, no Museu do Douro


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Quarenta vinhos em prova e sob a orientação de Jorge Alves e Rui Soares
·         10% de desconto até 19 de Maio, acumulável com 5% para duas ou mais pessoas

Uma “Experiência Vínica à Volta do Mundo” é o que promete a Wine Moments & Gourmet ao organizar um workshop onde vão estar em prova quarenta vinhos, num misto de referências do ‘Velho’ e do ‘Novo Mundo’. Um momento vínico com data marcada para Sábado, dia 01 de Junho, no Museu do Douro, no Peso da Régua.

Tendo como público-alvo profissionais da área de vinhos (viticultura, enologia e mercado), mas também enófilos ou curiosos na matéria, esta acção de formação vai ser conduzida pelos técnicos Jorge Alves e Rui Soares, sócios da Wine Moments & Gourmet e especialistas no sector. Com horário entre as 09h30 e as 19h00, o valor do workshop é de € 130,00 + IVA. Quem se inscrever até 19 de Maio beneficiará de um desconto de 10%, acumulável com mais 5% na segunda inscrição, ou seja, quem efectuar duas ou mais inscrições antecipadas beneficiará de um desconto de 15%. O preço inclui coffee break de manhã e à tarde, almoço volante e entrada no Museu do Douro.

Em prova e discussão vão estar quarenta néctares bem distintos, provenientes de vinte zonas vinícolas. No que toca aos países do ‘Velho Mundo’, destacam-se, para além de Portugal (com vinhos das regiões: Vinhos Verdes, Trás-os-Montes, Douro, Bairrada, Dão, Tejo, Lisboa, Alentejo e Algarve), a Alemanha, Espanha, França (Bordéus e Borgonha) e Itália. Do ‘Novo Mundo’, vão estar em cima da mesa vinhos da África do Sul, Argentina, Austrália, Califórnia (Napa Valley), Chile e Nova Zelândia.

Sobre a Wine Moments & Gourmet
“Venha sentir e conhecer o Douro por dentro” é a assinatura da Wine Moments & Gourmet, uma agência de animação turística duriense que nasceu do sonho e vontade de Jorge Alves e Rui Soares – técnicos de enologia e vitivinicultura – em quererem partilhar o seu conhecimento e paixão pela região com todos aqueles que a visitam em busca dos seus magníficos encantos. “Mergulhar” nos temas do vinho, vinha, património, história e gastronomia duriense pelas mãos de quem conhece e vive o Douro é a mais-valia desta nova empresa. A Wine Moments & Gourmet propõe-se a suprimir uma lacuna no que toca à ocupação dos tempos livres dos visitantes do Douro, através de uma oferta bastante variada (roteiros, provas, workshops e eventos), séria e em serviço chave na mão, proporcionada por pessoas que vivem, sentem, trabalham e possuem know-how da matéria.

Saiba mais sobre a Wine Moments & Gourmet em www.winemoments.pt.


Para mais informações, contactar, por favor:
Joana Pratas | Consultoria em Comunicação e RP
(joanapratas@joanapratas.com; 93 779 00 05 ou 91 459 11 19)