Castas


CASTAS NACIONAIS

                         CASTAS BRANCAS
Alvarinho
Casta Alvarinho

Fonte: O Grande Livro das Castas
Conhecida pelo seu perfil extremamente aromático, a casta Alvarinho, preenche a região dos Vinhos Verdes, mais precisamente Melgaço e Monção, conferindo a esta região, a bem merecida fama dos primeiros vinhos monovarietais provenientes desta casta.
Bastante antiga e de qualidade reconhecível, a casta Alvarinho é conhecida pela sua baixa produtividade que, compensa com as exuberantes notas aromáticas que a caracterizam, imputando aos seus vinhos um perfil floral de tília, erva-cidreira, madressilva, pêssego, toranja e maçã.
Produz vinhos equilibrados, estruturados, teor alcoólico elevado e, de uma acidez estimulante e fresca, factores que levaram a que se estendesse nos últimos anos para as regiões de Setúbal e Estremadura.


Adaptado de "Aromaster" para as castas portuguesas




Antão Vaz


Casta Antão Vaz
Uma das castas brancas com maior relevância na região do Alentejo, a Antão Vaz, nasceu e cresceu nesta zona. Embora sem certezas sobre a sua origem, facto é que faz parte da maioria dos encepamentos alentejanos, com maior incidência em Évora e Vidigueira.
Fonte: O Grande Livro das Castas
Conhecida e adorada por todos, promove elevadas produções e forte resistência a doenças, indicando que o Alentejo é a sua casa. É aqui que se expressa na sua totalidade, conferindo aos seus vinhos, um agradável perfume, estrutura, firmeza e corpo.
Em condições adversas, esta casta, pode pontualmente, apresentar falta de acidez, que é sabiamente recomposta pela conjugação do blend Arinto e Roupeiro, podendo novamente expressar o seu agradável perfil aromático.
Enquanto “monocasta”, a Antão Vaz exibe notas aromáticas a fruta tropical madura, casca de tangerina e algumas nuances minerais que, em condições favoráveis insinua boa apetência para o envelhecimento em barricas de carvalho.

Arinto


Casta Arinto
Presente em quase todas as regiões de Portugal, a Casta Arinto, responde por vários nomes em função da região. Na região de Bucelas, onde a Arinto responde por Pedernã, revelou-se uma casta de estrema importância e notoriedade produzindo vinhos de elevada acidez, cor citrina e marcadamente florais e frutados.
Fonte: O Grande Livro das Castas
Na região dos vinhos verdes, a Pedernã manifesta-se discreta nos seus aromas, apresentando nuances que variam entre a maçã verde, a lima ou limão acompanhada de um suave toque de mineralidade.
No Alentejo a casta revela-se com uma acidez estimulante, ideal para contrapor as elevadas temperaturas que, por diversas vezes retiram esta característica às suas castas, é ideal para lotear vinhos.
Confere aos seus vinhos um caráter aveludado, bem estruturado e de acidez elevada. Os seus aromas remetem-nos para a maçã verde, lima e limão, acompanhados de um toque vegetal. Em condições particulares pode emitir notas de frutos exóticos, fazendo lembrar o maracujá, elevando-a para o estrelato e, fazendo dela, ideal para a fermentação e estágio em madeira.

Encruzado


Casta Encruzado
Fonte: O Grande Livro das Castas
Passeando pelo Dão, a cada passo, em cada vinha a casta Encruzado marca presença. Generosa nas suas produções e aporte de acidez e açúcar, exige cuidados acrescidos no maneio de campo uma vez que revela alguma sensibilidade à podridão.
Quando bem tratada, delicia-nos com as suas melhores revelações, apresentando-se aromática, remetendo-nos para aromas minerais, de pimento verde, rosas, violetas e citrinos, resultando em vinhos elegantes, equilibrados e bastante complexos.
Quando amadurecida em barricas de carvalho ou garrafa, ressaltam aromas de avelã, baunilha e resina, de uma untuosidade e envolvência cativante, podendo conservar-se durante décadas.

Fernão Pires

Casta Fernão Pires

Uma das mais antigas castas portuguesas, a Fernão Pires, pode ser encontrada de norte a sul do país. Desde a Bairrada ao Ribatejo, onde é conhecida como Maria Gomes, ao Alentejo onde responde por Fernão Pires, a sua aceitação tem sido bastante controversa. Rejeitada por uns, pela sua falta de acidez e sensível à oxidação, é amada por outros que lhe gabam a pujança aromática e vinhos marcantes de forte personalidade.

Fonte: O Grande Livro das Castas
O que é fato é que no Alentejo continua a florescer, sendo-lhe reconhecida a sua generosa produtividade, os elevados teores de açúcar e os seus aromas cítricos maduros, com suaves apontamentos de mimosa, tília e laranjeira integrando-a no lote das castas mais aromáticas como o Moscatel, Loureiro e Alvarinho.
Os vinhos Fernão Pires apresentam-se marcados de aromas, aveludados, macios e encorpados, devendo ser consumidos preferencialmente enquanto jovens.


Loureiro


Casta Loureiro
Fonte: O Grande Livro das Castas
Residente em terras do Alto Minho, povoando a região dos vinhos verdes, a casta mais aromática de Portugal, ganha nesta região dimensão e nobreza, reflexo da sua grandeza e generosidade aromática.
Bastante produtiva e resistente, é através da sua componente perfumada que lhe é reconhecido mérito, colocando-a no podium, a par do Moscatel, como a casta mais aromática de Portugal.
De uma acidez e frescura revigorante, o Loureiro não é nada discreto no referente a aromas, onde se destacam o loureiro (que a vem batizar), tília, acácia, laranja e pêssego, conjugados com uma estrutura e equilíbrio marcantes, fazem desta casta a principal responsável por alguns dos melhores vinhos portugueses.




Roupeiro


Casta Roupeiro
Fonte: O Grande Livro das Castas
Também conhecida como Síria, a casta Roupeiro viaja por quase todas as regiões de Portugal, sendo a sua permanência superior na faixa extrema e contínua, ao longo do interior do país, bem junto à raia espanhola.
Com expressividade acentuada em terras alentejanas, a Roupeiro, vive envolta em divergências que, por um lado lhe apontam fragilidade de consistência nos aromas, tornando-a demasiado chata e previsível após pouco tempo de estágio, outros há que lhe reconhecem valor pelas suas notas frutadas a laranja, pêssego, melão e algumas nuances florais a loureiro e flores silvestres.
Os seus vinhos devem ser consumidos enquanto jovens, permitindo que os seus apontamentos aromáticos se revelem sem timidez e na sua plenitude, permitindo desfrutar de uma boa acidez e estrutura agradável e entusiasmante.
Muito produtiva e de elevada resistência ao míldio e oídio, apresenta alguma fragilidade no referente à podridão.
Fora do Alentejo, as sinonímias são muitas, desde a já referida Síria, a casta responde também pelos nomes de Alvadourão, Crato Branco, Malvasia Grossa, Códega e Dona Branca.

Rabo de Ovelha


Casta Rabo de Ovelha
Com maior incidência na região do Douro Superior, também se pode encontrar nas regiões da Estremadura, Vinhos Verdes, Ribatejo e Alentejo. Também conhecida como Rabigato, a Rabo de Ovelha apresenta algumas dificuldades a quem a trabalha, sensível a doenças criptogâmicas, levanta alguns entraves a quem pretende instalar castas brancas.
Fonte: O Grande Livro das Castas
Os vinhos resultantes desta casta manifestam-se com elevado teor alcoólico e acidez, antevendo boa longevidade. Os seus aromas, essencialmente florais, com algumas notas minerais e vegetais, aparecem discretamente, resultando em vinhos pouco ambiciosos, sendo por isso preferencialmente escolhida para vinhos de lote, onde conjugada com outras castas, se podem complementar resultando, no melhor de cada uma.



Verdelho


Casta Verdelho
Conhecida como a casta rainha dos vinhos generosos da Madeira, a Verdelho tem viajado nos últimos anos, encontrando-se presente nos Açores, Douro, um pouco no Dão e Austrália, Argentina e Espanha. Casta que discretamente tem vindo a florescer pelas vinhas do Alentejo, produz vinhos extremamente aromáticos, delicados e bastante equilibrados. Com aromas que lembram os frutos secos, nozes e avelãs, especiarias, lima, madressilva e tabaco, faz antever o seu grande potencial para fermentação e estágio em barricas de madeira, revelando grande capacidade de guarda.
Com boa capacidade de adaptação a climas quentes, o Alentejo parece ser o berço ideal para os seus vinhos. Quer na produção de vinhos secos, meio secos ou espumantes a casta tem vindo a ganhar, a cada dia, um maior número de adeptos, pelos seus vinhos estruturados, equilibrados de acidez vibrante.


CASTAS TINTAS

Alfrocheiro
Casta Alfrocheiro
Fonte: O Grande Livro das Castas
Considerada de forma consensual, como uma casta de elevada qualidade, o Alfrocheiro, desde há muito que inunda a região do Dão, região que lhe reconheceu valor, no entanto, pelas condições climáticas, não é a região a que a casta melhor se adapta.
De maturação muito precoce e, infelizmente bastante sensível a doenças, como o oídio, podridão e escoriose, o Dão não lhe conferia as melhores condições de adaptação. Decide então, pelo entusiasmo de alguns enólogos, viajar pelo país, estendendo-se às regiões de Palmela, Ribatejo e Alentejo.
É mais a Sul, nas quentes planícies da paisagem alentejana, que a casta encontra a sua casa. Solos na sua generalidade pobres, escassez de água e elevadas temperaturas, permitem ao Alfrocheiro uma maturação perfeita, com altas concentrações de substâncias corantes, ricas em aromas e taninos suaves, nascem vinhos encorpados, carregados de cor, estruturados e medianamente alcoólicos.



Adaptado de "Aromaster" para as castas portuguesas


Aragonez
Casta Aragonez
Fonte: O Grande Livro das Castas
Talvez a casta com maior representatividade no Alentejo, o Aragonez é disputado entre Portugal e Espanha, sendo que a sua origem é efectivamente espanhola, onde responde pelo nome de Tempranillo (na região de Rioja). São-lhe conhecidas outras sinonímias, quer do lado de Espanha (Cencibel em La Mancha, Tinta de Toro em Toro, Tinto Fino em Ribera del Duero e Tinta de Madrid em Madrid), quer em Portugal, como é o caso do Dão e Douro onde é conhecida por Tinta Roriz e em Lisboa, onde responde por Abundante. Fazendo parte da maior parte dos encepamentos para o Vinho do Douro e Porto, revela-se uma casta de grande aptidão vitícola e enológica.
No Alentejo, o Aragonez faz parte da maioria dos encepamentos da região, manifestando as suas melhores características e capacidades produtivas. Abundante de nome e de produtividade o Aragonez agrada a todos, pela já referida capacidade produtiva, pela excelente adaptação ao clima e solos do Alentejo, retribui o berço, oferecendo-nos vinhos extremamente elegantes e frutados, macios, equilibrados e de elevada capacidade de guarda. Excelentes vinhos de lote mas, com um comportamento irreprimível em monovarietais onde, expressa a sua individualidade com aromas a ameixa madura, notas de especiarias e um ligeiro herbáceo, evoluindo para aromas de compotas, baunilha, café e fumo.


Adaptado de "Aromaster" para as castas portuguesas


Baga
Casta Baga
Fonte: O Grande Livro das Castas
Conhecida pela sua elevada capacidade produtiva, a Baga, encontra-se um pouco dispersa por todo o país mas, é nas regiões do Dão e Bairrada que efectivamente marca presença de forma consistente. Dividida entre os que a adoram e os que a maldizem, a Baga pode expressar o seu melhor e pior, de acordo com as condições climáticas e maneio no campo.
Por ser bastante sensível à podridão e apresentar produtividades médias elevadas, em condições extremas, poderá parecer demasiado leve, sem corpo e estrutura, pouco alcoólicos e bastante ácidos. Por outro lado, no seu melhor, controlando a sua produtividade e favorecendo arejamento, é-nos revelada outra Baga, mais intensa, concentrada, de taninos macios e aromaticamente agradável. Tintos que, exalam aromas a frutos silvestres, bagas vermelhas que, se o tempo assim o permitir evoluirão para complexos aromáticos de ameixa preta, tabaco e café, fazem desta Baga, uma casta desejável.
Adaptado de "Aromaster" para as castas portuguesas


Castelão

Casta Castelão

Fonte: O Grande Livro das Castas
Dotada de um elevado poder de adaptação a diferentes condições climáticas, é na região de Palmela, sob solos de areia e escassez de recursos hídricos que a casta Castelão, anteriormente conhecida como Periquita, se manifesta na sua plenitude. Espalhada um pouco por todo o país, idos são os tempos em que a casta era presença obrigatória em terras alentejanas. No entanto, fruto do seu comportamento pouco favorável nesta região, originando vinhos pouco equilibrados, magros e de fraca concentração de cor, a sua presença tem vindo a decrescer. Que justiça lhe seja feita e, se é verdade a sua inconsistência e leveza de vinhos à pouco referida, também é verdade que, em solos mais pobres, essencialmente arenosos, e escassez de água, esta tem um comportamento invejável. Produz vinhos cheios, estruturados, ricos em taninos e libertando agradáveis aromas a framboesa, ameixa e groselha, permitindo desfrutar dos seus atributos durante vários anos de guarda.
Adaptado de "Aromaster" para as castas portuguesas


Touriga Franca
Casta Touriga Franca

Fonte: O Grande Livro das Castas
Casta de eleição para a produção dos vinhos do Porto e Douro, a Touriga Franca, também conhecida como Touriga Francesa, encontra-se sediada, no Douro e Trás-os-Montes. Conhecida pela sua consistência produtiva e fácil cultivo, estendeu-se para outros territórios, podendo actualmente ser encontrada na Bairrada, Estremadura, Setúbal e Ribatejo.
Produz vinhos carregados de cor, encorpados, libertando aromas que sugerem os frutos e flores silvestres, ideal para abraçar um vinho do Porto conjuntamente com a Tinta Roriz (Aragonez) e/ou Touriga Nacional.



Adaptado de "Aromaster" para as castas portuguesas



















Touriga Nacional
Casta Touriga Nacional

Fonte: O Grande Livro das Castas
O fenómeno Touriga Nacional, tem nos últimos anos levado uma casta que, após filoxera perdeu um pouco do seu encanto, ao estrelato das castas nacionais mais cobiçada internacionalmente.
Resultante de um melhoramento genético, que corrigiu a fraca e inconsistente produtividade da Touriga Nacional, esta aparece novamente no cenário vitícola com comportamento singular, apreciada por quase todos, a Touriga Nacional deixa as suas regiões de origem, Dão e Douro, para se espalhar um pouco por todo o lado, desde o norte ao Algarve, desde Portugal a Espanha, África do Sul, Austrália e Califórnia.
Intensa na cor, de personalidade forte e marcante, aromaticamente exuberante, a Touriga tem despertado a curiosidade de viticultores e enólogos. Também conhecida como Preto de Mortágua, Mortágua, Tourigo antigo e Tourigo, já não há nome que a não identifique com a famosa Touriga Nacional. Chegou para ficar, veio brindar-nos com vinhos marcantes, carregados de cor, libertando por onde passa, aromas frutados, florais, trazendo vinhos equilibrados, alcoólicos de excelente capacidade de envelhecimento.
Adaptado de "Aromaster" para as castas portuguesas

Trincadeira

Casta Trincadeira

Fonte: O Grande Livro das Castas
Marca presença em quase todas as regiões de Portugal mas, é no Alentejo sob o nome de Trincadeira e, no Douro onde lhe chamam Tinta amarela, que tem maior incidência.
Conhecida pelas dificuldades que apresentam anualmente a quem a produz, a Trincadeira, de cachos grandes e fechados é extremamente sensível à podridão, de folhas grandes e numerosas impede a circulação de ar ao redor do cacho, favorecendo o desenvolvimento do fungo. Trabalhosa mas, se bem conduzida, generosa, a Trincadeira privilegia solos pobres, escassez de recursos hídricos e vegetação condicionada. É sob estas condições que revela as suas potencialidades oferecendo-nos vinhos elegantes, equilibrados, de uma acidez perfeita, taninos equilibrados e exuberante de aromas a ameixa, amora e algumas nuances de vegetal. Pode dar corpo a vinhos de lote ou, se na seu apogeu, como monocasta marcante e, com grande capacidade de envelhecimento.


Adaptado de "Aromaster" para as castas portuguesas

Rufete


A casta Rufete, é tradicionalmente utilizada nas regiões da Beira Interior, Dão e Douro. É uma casta difícil sob o ponto de vista vitícola, com baixas produções, irregular nas mesmas e, com uma enorme sensibilidade a doenças, nomeadamente ao oídio e podridão. Sob o ponto de vista nutricional, é bastante sensível ao déficit de magnésio e potássio, desavinhando com alguma frequência.

É geralmente utilizada em lote e na produção de rosés, revelando-se aberta de cor, aromática, libertando suaves aromas florais e vegetais e de estrutura ligeira.




CASTAS INTERNACIONAIS
CASTAS BRANCAS

Chardonnay

Casta Chardonnay
Reconhecida e apreciada a nível internacional, a Chardonnay é uma casta muito versátil permitindo a obtenção de vinhos com diferentes aromas e sabores.
Utilizada para a produção de vinhos brancos secos, espumantes e do famoso champanhe, a Chardonnay encontra-se atualmente disseminada por quase todo o mundo.

 
Originária da região francesa da Borgonha, é atualmente instalada nas mais diversas regiões, podendo ser encontrada em quantidades relevantes nos Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia. Em Portugal a casta começa a dar os primeiros passos, com resultados também extraordinários, nos vinhos brancos secos.
Com uma enorme afinidade para a madeira, a casta proporciona vinhos cremosos, com aromas e sabores amanteigados libertando aromas a fumo e tostado. Já em inox o seu comportamento não é tão fascinante, aqui apresenta essencialmente aromas a limão ácido, é muitas vezes utilizada em blend com outras castas.
De origem francesa é o ex-libris das regiões de Borgonha, seu berço de origem, Chablis, Beaujolais e Champanhe, proporcionando vinhos com características bastante distintas.
Em Portugal e no Alentejo, talvez fruto dos verões quentes e secos a Chardonnay é bastante complexa e agradável, permitindo dar corpo e untuosidade aos brancos alentejanos.
Os aromas que liberta, fruto do terroir e das técnicas de fermentação e produção, são bastante distintos. Podemos encontrar aromas a maçã, limão e pêra em vinhos elaborados em inox, enquanto vinificada ou estagiada em madeira os aromas exalados por esta casta são de manteiga fundida, noz-moscada, baunilha, limão fumo, madeira, aveia e doce de manteiga.

Semillon


Originária do sul de França na região de Bordeaux, a casta Semillon produz, quer vinhos brancos secos, quer os famosos doces finos resultantes de podridão nobre. Devido à sua fina película o ataque do fungo botrytis, responsável pela podridão, encontra na casta condições ótimas à sua penetração. É a partir destes ataques tardios de Outono, que se colhem as uvas apodrecidas para a elaboração dos famosos “Sauternes”, fazendo blend em cerca de 80% com a Sauvignon Blanc, proporcionando vinhos encorpados de acidez média, o que lhes permite amadurecer durante décadas.
Expandida pelos quatro cantos do mundo a Semillon ocupava à umas décadas cerca de 90% dos encepamentos na África do Sul, atualmente perdeu terreno para as suas congéneres Chardonnay e Sauvignon Blanc.
É também cultivada na Argentina, Chile, Nova Zelândia e Austrália, onde é conhecida por Hunter Riesling.
Com aromas minerais, a lima e madeira, esta casta proporciona vinhos untuosos e elegantes.
Relativamente aos aromas e, no caso dos vinhos secos, sobressaem notas de mel e lima, particularmente na Austrália esta casta liberta aromas a madeira, mesmo quando não contatou com ela.
No caso dos vinhos doces a casta revela aromas a frutos exóticos, como o pêssego e o damasco conjugados com notas de açúcar, mel e baunilha.


Sauvignon Blanc


A Sauvignon Blanc, originária de França e, com maior expressão nas regiões de Sancerre e Pouilly-Fumé, confere aos seus vinhos uma cor pálida, fraca e ácida mas, dotada de um caráter aromático inebriante.
Foi mal amada durante muitos anos, pela sua aparência “deslavada”, no entanto, e felizmente, hoje são-lhe reconhecidas as suas verdadeiras potencialidades.
Melhor adaptada a climas mais frios onde liberta aromas distintos a fruta madura, fumo, vapor de café, os climas mais quentes apagam um pouco a sua exuberância aromática.
Adotada pela Nova Zelândia, onde a casta liberta agradáveis aromas a frutos maduros, um dos seus maiores atributos, é na Califórnia que ela se torna mais versátil, com a elaboração de um seco, a que podemos chamar de “doce aparente” estagiado em madeira.
A região de Bordeaux utiliza na quase maioria dos seus vinhos a Sauvignon Blanc, revelando intensos aromas frutados a cássis, tarte de maçã ou pêra, com algumas notas de fruta exótica como o melão, a manga e o maracujá, conjugada com notas vegetais de ervilha, espargos e pimento verde, estes últimos mais notórios nos vinhos de Nova Zelândia.
Em climas mais quentes o seu perfil aromático altera-se dando origem a notas de couro, animal, chichi de gato e fumado.

Chenin Blanc
A casta camaleão das uvas francesas, a Chenin Blanc possui características muito versáteis, que lhes permite a elaboração de vinhos doces, secos e espumantes e utilizada também como uva de mesa.
Com baixa produtividade e sensível à podridão esta casta prefere climas quentes e secos, caso contrário poderá marcar por uma elevada acidez e adstringência.
Uma das castas mais antigas, é usada nas regiões de Anjou, Samour e Vouvray, onde tem marcado vinhos de elevada qualidade.





Gewurztraminer

Resultante do cruzamento entre uma parente italiana, a “Traminer” originária de Alsácia, conferiram-lhe o prefixo “Gewuz”, ou seja, especiarias em alemão, em tributo às suas extraordinárias a notas aromáticas.
Apesar de ser considerada uma casta branca, os seus bagos apresentam-se de vermelho claro, resultante de uma mutação natural que tem sofrido ao longo dos anos, quer ao nível da cor quer no enriquecimento aromático.
É caraterizada por apresentar baixa acidez, permitindo o seu consumo logo desde muito jovem.
Produzida atualmente nas mais diversas partes do globo como, Alsásia, Estados Unidos, Nova Zelândia, Espanha e Alemanha.
As notas aromáticas que caraterizam a casta são essencialmente: a lichia, o damasco, o gengibre, o cravinho, talco, rosas, violeta e o jasmim.



Viognier

A Viognier é uma casta branca de origem francesa, oriunda de Condrieu, uma pequena denominação de origem, apelidada de Château-Grillet, famosa pelos seus vinhos de elevada qualidade e, com a particularidade de pertencer a um único produtor.
Conhecida pela sua baixa produtividade, confere aos seus vinhos um elevado teor alcoólico.
Atualmente também se cultiva Viognier em Itália, Califórnia, América do Sul e Austrália. Em Portugal a casta começa a ganhar espaço pelas suas nuances aromáticas a flores.
A par da sua intensidade aromática floral, os aromas a pêssego, canela, gengibre, manteiga, mel e limão, fazem desta casta uma das procuradas pela sua exuberância olfativa, enriquecedora dos seus vinhos.





CASTAS TINTAS


Cabernet Sauvignon


A extraordinária Cabernet Sauvignon pode ser considerada atualmente como a rainha das castas tintas, marcando presença em todas as regiões do mundo.
De cor intensa, bagos pequenos e de uma enorme riqueza em taninos a Cabernet Sauvignon é também conhecida pela sua resistência ao ataque de doenças e baixa produtividade.
Produz vinhos intensos, encorpados, marcados pela intensidade dos taninos, resultante em parte pela baixa relação entre polpa e película. De elevada densidade e textura os vinhos da Cabernet Sauvignon são cobiçados por quase todos os produtores mundiais, em França na região do Médoc, onde é utilizada pelos mais famosos Chateâux – Lafite Latour, Margaux, Mounton-Rothschild, no Chile, Itália, Austrália e Bulgária, entre outros.
No Alentejo a casta tem tido resultados extraordinários, perfeitamente adaptada ao clima, a Cabernet Sauvignon é utilizada por muitos produtores, quer em lote como na produção de monocastas, onde podemos apreciar as verdadeiras capacidades desta “francesa do mundo”.
Dotada de uma excelente capacidade de envelhecimento, o tempo permite-lhe atenuar a firmeza dos taninos, resultando em vinhos encorpados, estruturados e macios, dignos da melhor garrafa.
Detentora de uma gama aromática invejável, a Cabernet Sauvignon liberta numa primeira fase, aromas a groselha preta, cassis, especiarias e ameixa preta evoluindo para aromas a carne de caça, couro e chocolate. Quando em contato com a madeira as nuances manifestam-se como cedro, tabaco e algumas notas minerais. Em climas mais frios ou, quando vindimada precocemente poderá exibir notas intensas a pimento verde, conferindo-lhe um forte sabor amargo.
Alicante Bouschet

Apesar de não ser oficialmente uma casta portuguesa, a verdade é que está de tal forma enraizada no nosso país e, concretamente no Alentejo, que atualmente a assumimos como nossa.
De origem francesa, mais propriamente da região de Languedoc, nasceu do cruzamento entre a Petit Bouschet e a Grenache. Deste casamento nasceu uma casta tintureira, retinta como lhe chamam no Alentejo, que proporciona aos seus vinhos além da sua cor, estrutura, firmeza e uma enorme riqueza de taninos.
Utilizada maioritariamente em vinhos de lote, permite transmitir ao blend uma cor carregada, profunda além de um enorme aporte em estrutura e corpo.
Das poucas vezes que é engarrafada só, saem vinhos intensos, estruturados, com uma enorme capacidade de envelhecimento.
Relativamente às notas aromáticas, podemos distinguir os agradáveis frutos silvestresameixa, com nuances vegetais e, não são raras as vezes em que exibe aromas a azeitona. Quando evoluída os seus aromas convergem fundamentalmente para compotas e cacau.





Merlot



A casta Merlot, originária da região francesa de Bordeaux, especialmente na margem direita do rio Gironde: St-Emilion e Pomerol, teve bastante sucesso a partir dos anos 80. A "pequena" Merlot, apesar da sua extrema qualidade na produção de vinhos pouco ácidos e com bom envelhecimento em carvalho, teve muita dificuldade em se sobrepor à mediática Cabernets Sauvignon.
Pela sua frescura, vivacidade e suavidade, facilmente conquistou o mundo, marcando as regiões da Califórnia, Chile e Austrália, numa primeira fase. Actualmente encontra-se um pouco disseminada por todo o mundo, produzindo vinhos marcados pela cor e suaves aromas a amora e ameixa, nuances herbáceas e taninos suaves. Quando amadurecidos, os vinhos estagiados em madeira libertam potencialmente aromas a chocolate, bolo de fruta e de uma textura bastante suave.


Syrah

Casta de excelência na região francesa de Côtes du Rhone, onde produz vinhos de elevada qualidade, a  syrah encontra-se atualmente dispersa um pouco por todo o mundo marcando presença nas mais variadas regiões vitivinícolas mundiais, nomeadamente Espanha, Califórnia, Argentina e África do Sul e Portugal.

Foi no início do século XIX, pelas mãos dos australianos que a syrah é primeiramente reconhecida, fora da sua terra natal, no entanto à Europa chegaria somente por volta dos anos 80 e fixando-se pontualmente em Espanha (Castilla la Mancha, Penedés e Priorat) e Portugal (Alentejo).

No Alentejo, a syrah tem mostrado uma enorme capacidade de adaptação aos nossos solos pouco férteis e às tórridas tardes de Verão, revelando-se uma mais valia para os vinhos alentejanos.

Produz vinhos robustos, alcoólicos, carregados de cor e tânicos no entanto estes amadurecem e suavizam rapidamente conferindo-lhes a capacidade de serem bebidos desde cedo.

Paralelamente apresentam uma enorme apetência para o envelhecimento em madeira de carvalho, exalando agradáveis aromas a frutos maduros, compotas, chocolate acompanhadas de apontamentos a especiarias.

De cacho médio, o seu bago apresenta uma forte coloração azul escura e forma elíptica. A planta na sua generalidade apresenta um porte médio, e produções regulares. Relativamente a estas últimas, deverão ser controladas sempre que se vise  produção de elevada qualidade.