Regiões Vitivinícolas


 Portugal é conhecido como um país de grande tradição vitivinícola, produtor de vinhos de reconhecida qualidade, detentor de um portfólio de castas dos maiores do mundo e, de grande diversidade de clima, relevo e solos.
Reservámos então este espaço para lhe dar a conhecer algumas das principais caraterísticas de cada região vitivinícola portuguesa, das suas especificidades,  bem como das castas mais utilizadas em cada uma das regiões.






Mapa das regiões vitivinícolas português - Vinho Regional e DO






REGIÃO DOS VINHOS VERDES
Integrada na Região do Minho, sob denominação de DOC vinhos verdes, esta região é a maior zona vitícola de Portugal. Situada a Noroeste do país, coincide com a região administrativa Entre Douro e Minho.
Caracterizada pelas serras que predominam no interior da região, é bastante rica em recursos hidrográficos, uma vez que tem como limites o rio Minho e o oceano Atlântico.
Divide-se em nove sub-regiões:
1)      Monção;
2)      Lima;
3)      Cávado;
4)      Ave;
5)      Basto;
6)      Sousa;
7)      Amarante;
8)      Paiva e
9)      Baião
ROTA DOS VINHOS VERDES
Fonte: Viniportugal
A região dos Vinhos Verdes é caracterizada pela ainda existência de algumas vinhas com formas de condução muito antigas. Entre as mais comuns podemos encontrar o chamado “enforcado”, no qual as videiras são plantadas junto dos troncos de árvores que servirão como tutor e suporte das mesmas. Por todas as dificuldades e inconvenientes deste sistema, as novas plantações já recorrem aos actuais sistemas de condução.
Solos
Predominantemente de origem granítica, (com excepção de duas faixas que atravessam a região de NW-SE, uma de silúrico e outra de xisto), pouco profundos, são na sua quase totalidade solos ácidos com consequente baixo nível de fósforo e, fertilidade reduzida.
Clima
Bastante influenciado pelas brisas marítimas oriundas do oceano Atlântico, confere a esta região um clima temperado durante todo o ano. Os níveis de precipitação são elevados, mesmo no verão, mantendo a humidade relativa sempre elevada.
Castas
Com numerosas castas recomendadas e autorizadas, actualmente a região é composta maioritariamente pelas castas:
Brancas: Alvarinho, Loureiro, Trajadura, Avesso, Arinto ( sin. Pedernã)  e Azal
Tintas: Vinhão, Borraçal e Brancelho
Vinhos
Os vinhos desta região apresentam características muito distintas, dos restantes vinhos portugueses, nomeadamente pela presença de gás carbónico.
A maior parte das castas utilizadas nesta região encontram-se confinadas à mesma, não se encontrando noutras regiões do país, como é o caso do Loureiro.
Com produção maioritária de vinhos brancos, das castas Loureiro e Alvarinho, os tintos da região apresentam-se carregados de cor, frescos e aromáticos, predominando as castas Vinhão e Borraçal.
Os brancos, diferem um pouco entre si, consoante as castas e a sub-região e influências de terroir. Assim, os brancos de Loureiro são vinhos com um aroma floral intenso, frescos, encorpados e de estrutura equilibrada. O Alvarinho é caracterizado pela sua cor predominantemente citrina, de aromas florais e frutados e de sabor persistente

 
REGIÃO DE TRÁS-OS-MONTES
Situada a nordeste de Portugal, acima da Serra do Marão, a norte do rio Douro, a região vitícola de Trás-os-Montes, divide-se em três sub-regiões:              
1)      Chaves;
2)      Valpaços e
3)      Planalto
Zona bastante montanhosa, assente sob solos de origem granítica, encerra em si características únicas e distintas para cada uma das suas sub-regiões.
A região de Chaves vitícola, situa-se essencialmente nas encostas dos seus pequenos vales, bem junto dos afluentes do Tâmega. Ligeiramente mais abaixo, a região de Valpaços, bastante rica em recursos hídricos, situa-se numa zona de planalto, por fim o Planalto Mirandês, fortemente influenciado pelo rio Douro, quer do ponto de vista geográfico quer climático.
Solos
Com solos de origem granítica, mais concretamente, litólicos não húmicos de granito e, solos mediterrânicos pardos ou vermelhos de xisto, argila, gneisses e outros.
Clima
Caracterizada por clima seco e quente no Verão e Invernos frios e húmidos, as temperaturas podem durante os meses mais frios atingir temperaturas negativas. A precipitação varia entre os 2500 mm nas zonas montanhosas e 1500 mm no interior.
Castas
De entre as castas recomendadas e autorizadas para a região, as mais frequentes são:
Brancas: Síria, Fernão Pires e Gouveio.
Tintas: Trincadeira, Tinta Roriz e Touriga Nacional
Vinhos
As sub-regiões, pelos diferentes microclimas a que estão sujeiros, produzem vinhos com características diferentes, sendo possível encontrar na região de Chaves vinhos brancos de cor palha, emanado aromas essencialmente frutados. Os tintos, de fraca profundidade de cor, também eles libertam aromas frutados e ligeiramente adstringentes.
Os brancos de Valpaços, apresentam no geral cor citrina, aromas frutados e sabor acídulo, os tintos de cor predominantemente rubi, libertam notas frutas a frutos silvestres.
Os vinhos do Planalto Mirandês, muito influenciados pelos solos de origem granítica, são vinhos macios, de fraca cor e pouco alcoólicos. Os tintos, também eles abertos de cor, são equilibrados e estruturados.
REGIÃO DO DOURO
Rodeada pelas serras do Marão e Montemuro, a região do Douro, detém cerca de 40000 hectares de vinhas, que se dispõem nas bacias hidrográficas do rio Douro e seus efluentes.
A região subdivide-se em:
1)      Baixo Corgo;
2)      Alto Corgo;
3)      Douro Superior
ROTA DOS VINHOS DO DOURO/PORTO
Fonte: Viniportugal

Pelas suas características geográficas, que a tornam bastante declivosa, a instalação da vinha só é possível pelo esforço do Homem em adaptar os condicionalismos da região e transformá-los em vantagens. Para o efeito criou socalcos: nas zonas de maior declive, separados por muros de xisto gauváquico; construiu patamares: terraços construídos sem recurso a muros de suporte; e por fim, fez plantações ao alto: nas zonas menos declivosas, favorecendo a drenagem dos terrenos e construindo espaço para a mecanização da vinha.
A distribuição das áreas não é uniforme, no entanto, toda a região é caracterizada pela presença maioritária de pequenos e médios produtores, sendo a média de dimensão das vinhas inferior a 1 hectare na região do Baixo e Alto Corgo, aumentando um pouco na zona do Douro Superior.
Solos
De natureza xistosa, embora se possam encontrar nalgumas zonas solos de natureza granítica.
Clima
Embora com algumas alterações dentro da região Douro, podemos afirmar que se caracteriza por clima quente e seco com protecção aos ventos, conferida pelos conjuntos montanhosos.
O Baixo Corgo é ligeiramente mais húmido e fresco devido à forte influência atlântica.
No Cima Corgo, o clima é mediterrâneo e no Douro Superior, com as suas elevadas temperaturas de Verão (chega a atingir 50ºC), chega mesmo a ser desértico.
Castas
Brancas: Malvasia Fina, Gouveio, Rabigato, Viosinho e Moscatel Galego.
Tintas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, Tinta Roriz (sin. Aragonês), Tinto Cão, Trincadeira e Souzão.
Vinhos
O Douro é a mais antiga região vitivinícola portuguesa, a comprovar as adegas antigas, algumas delas ainda em laboração, onde se faz a pisa da uva a pé em grandes lagares e xisto e granito. Em contraste com esta situação podemos também encontrar adegas totalmente remodeladas com tecnologia bastante avançada, onde os lagares de pisa, embora estes modernos de pisa mecânica, são frequentemente encontrados.
A região é produtora de vinhos generosos, o conhecido vinho do Porto, vinhos tranquilos e espumantes. Estes são elaborados mediante uma prévia selecção das castas recomendadas para a região.
De um modo geral, os vinhos apresentam-se bastante ricos de cor e aroma, macios,
encorpados e bastante equilibrados com bom potencial de envelhecimento.

 
REGIÃO DA BAIRRADA


Situada entre Águeda e Coimbra e pertencente à região administrativa da Beira Litoral, a região da Bairrada é produtora de vinhos desde o século X, no entanto somente no século XIX é reconhecida como produtora de vinhos de elevada qualidade.


ROTA DOS VINHOS DA BAIRRADA
Fonte: Viniportugal
Caracterizada por explorações de pequena dimensão, são as cooperativas e alguns pequenos produtores privados que asseguram a produção dos cerca de 10000 hectares existentes na região.
Produtora de vinhos tranquilos é no entanto com a sua produção de espumantes que a região ganhou mais notoriedade.
Solos
Solos argilo-calcários de origem jurássica e triássica, alguns arenosos oriundos do Pilo-Plistocénico e de aluvião.
Clima
Clima temperado, marcado pela forte influência do oceano Atlântico, confere a esta região a predominância de invernos frescos e chuvosos e verões quentes, embora amenizados pela proximidade o mar.
Castas
Brancas: Fernão Pires (Sin. Maria Gomes), Arinto, Rabo de Ovelha, Cercial e Chardonnay.
Tintas: Baga, Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Touriga Nacional e Tinta Roriz (sin. Aagonês)
Vinhos
Entre todas as autorizadas na região, predominam efectivamente duas grandes castas: a Baga e a Maria Gomes, das quais se produzem os agradáveis espumantes.
Maioritariamente espumantes, os tintos apresentam aromas e sabores bastante complexos, ricos em taninos e de agradável acidez, recomendados para acompanhar com as delícias gastronómicas da região como o Leitão da Bairrada.
Os brancos, de cor citrina, emitem agradáveis aromas frutados que vão complexando e evoluindo com o envelhecimento.
Situada entre Águeda e Coimbra e pertencente à região administrativa da Beira Litoral, a região da Bairrada é produtora de vinhos desde o século X, no entanto somente no século XIX é reconhecida como produtora de vinhos de elevada qualidade.



REGIÃO DO DÃO


Rodeada pelas serras: Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela, que a protegem dos fortes ventos da região, o Dão detém cerca de 20000 hectares de vinha espalhados pelos diversos conjuntos montanhosos, a altitudes que variam entre os 400 e 700 metros de altitude.
Divide-se em sete sub-regiões:
1)      Besteiros;
2)      Salgueiros;
3)      Castendo;
4)      Terras de Senhorim;
5)      Terras de Azurara;
6)      Alva; e
7)      Serra da estrela

Inserida nos Vinhos Regionais de Terras do Dão, encontra-se também a região de Lafões. De reduzida dimensão Lafões é composta por um pequeno número de produtores que, apesar disso produzem vinhos de intensa luminosidade e brancos caracterizados pela sua típica acidez.
Nesta pequena sub-região predominam as castas brancas: Arinto, Cercial e Rabo de Ovelha, e entre as principais tintas podem encontrar: Jaen e Amaral.
ROTA DOS VINHOS DA BEIRA INTERIOR
Fonte: Viniportugal
 Pela sua dimensão e diversidade a região das Beiras, apresenta a Rota dos Vinhos das Beiras e, mais restrita e específica, encontramos a rota dos vinhos do Dão.
ROTA DOS VINHOS DO DÃO
Fonte: Viniportugal




Solos
Predominantemente de xisto e granito, grosseiros, de pouca profundidade e baixa fertilidade.
Clima
Clima temperado: Invernos frios e chuvosos e Verões quentes e secos, podendo as temperaturas atingir os 30ºC e baixa pluviosidade. É nos meses de Novembro e Dezembro que a precipitação atinge os seus valores mais elevados.
Castas
Brancas: Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina, Verdelho.
Tintas: Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz (sin. Aragonês)
Vinhos
O Dão é uma região com forte tradição vitivinícola, mantendo até hoje os lagares tradicionais que, aos poucos vão modernizando, fazendo face às novas exigências dos mercados. Estes efeitos de modernização também se fazem sentir na escolha das castas, a ilustrar essa situação, marcava presença no início do século, quase na totalidade das vinhas, a Touriga Nacional que, ao longo dos anos foi perdendo significado mas que actualmente está a recuperar a notoriedade e expressão de então, voltando a aparecer como casta predominante.
Os vinhos do Dão caracterizam-se, no caso dos tintos, pela sua cor intensa e profunda, na boca são encorpados, de acidez equilibrada e alcoólicos, antevendo boa longevidade e capacidade de envelhecimento.
Relativamente aos brancos, de cor citrina, são bastante aromáticos, predominantemente frutados e de acidez equilibrada.

REGIÃO DA BEIRA INTERIOR E TÁVORA-VAROSA

Dispersas entre a Beira Alta e a Beira Baixa, as regiões vitivinícolas da Beira Interior e Távora-Varosa, são produtoras de vinhos com características muito distintas, consoante o microclima e o terroir da sub-região.
As adegas cooperativas são os principais produtores da região, ainda que, nos últimos anos alguns produtores privados tenham vindo a despontar, produzindo vinhos brancos bastante frescos e aromáticos, bem como tintos frutados e encorpados.
A sub-região de Távora-Varosa, também ela de pequena dimensão é bastante relevante na produção de espumantes.

ROTA DAS VINHAS CISTER
Fonte: Viniportugal
Solos
Os solos de origem granítica ou xisto, são fruto das características orográficas da região em que se inserem.
Clima
Clima temperado, proporcionando Invernos bastantes frios com frequente ocorrência de neve que  alternam com Verões quentes e secos.
Castas
As castas variam também de acordo com a sub-região, desta forma podemos encontrar na região da Beira interior:
Brancas: Síria, Malvasia Fina, Arinto e Rabo de Ovelha.
Tintas: Tinta Roriz, Bastardo, Marufo, Rufete e Touriga Nacional.

Na região de Távora- Varosa são mais frequentes:
Brancas: Malvasia Fina, Cerceal, Gouveio e Chardonnay.
Tintas: Touriga Franca, Tinta Barroca, Touriga Nacinal, Tinta Roriz e Pinot Noir.
Vinhos
Os vinhos com Denominação de Origem Beira Interior são muito distintos dos produzidos em Távora-Varosa, Dão e Bairrada.
A produção de vinhos tranquilos é realizada recorrendo a uma maceração intensa, de forma a conferir maior profundidade de cor e extração de taninos. No referente aos brancos recorre-se ao método de bica-aberta ou maceração ligeira.
Esta região também é produtora de vinhos palhetes, estes podem ser exclusivamente elaborados a partir de castas tintas ou, desde que a percentagem de uvas brancas não ultrapasse os 15%, podem ser elaborados com misturas de brancas e tintas.
A produção de espumantes, através do método clássico, é elaborada a partir de qualquer vinho tranquilo, e produzidos com fermentação em garrafa.




REGIÃO DE LISBOA
Uma das maiores e mais antigas regiões vitivinícolas de Portugal, a Estremadura é também uma das regiões que encerra em si sub-regiões com as mais diversas e distintas características.
Composta por nove Denominações de Origem, é também das mais antigas de Portugal:
1)      Colares;
2)      Carcavelos;
3)      Bucelas;
4)      Alenquer;
5)      Arruda;
6)      Torres Vedras;
7)      Lourinhã;
8)      Óbidos;
9)      Encostas D’Aire


ROTA DOS VINHOS DO OESTE
Fonte: Viniportugal

ROTA DOS VINHOS DE BUCELAS, CARCAVELOS E COLARES
Fonte: Viniportugal
As regiões de Bucelas, Carcavelos e Colares são actualmente regiões com pouca expressão quantitativa, a sua proximidade com Lisboa, fez com que grande parte das suas vinhas não resistisse aos processos de urbanização.
Com ínfimas produções, os vinhos que ainda hoje aqui se produzem são bastante procurados e conceituados a nível nacional e internacional. Pela sua proximidade com o mar e solos maioritariamente de areia, a região reúne o terroir perfeito para estes vinhos com características tão peculiares.
Caminhando mais para a zona centro, encontramos as Denominações de Óbidos, Arruda, Torres Vedras e Alenquer. Com características completamente distintas das anteriores, estas sub-regiões adaptaram-se às novas exigências do mundo vitivinícola, reconverteram e aumentaram a sua área de vinha, instalaram novas castas e modernizaram as suas adegas. Com um clima e solos favoráveis ao desenvolvimento da vinha, a notoriedade e qualidade que estes vinhos têm vindo a conquistar fazem destas regiões, mais um ícone dos vinhos portugueses. Ainda que mais recente que as restantes, também a região de Encostas D’Aire sofreu processos de modernização e reconversão das suas vinhas, imputando aos seus vinhos mais cor, intensidade e estrutura.
Solos
Dependendo das sub-regiões podemos encontrar solos arenosos, de argila e alguns calcários.
Clima
Clima mediterrânico temperado, com verões quentes e invernos bastante amenos e com baixas amplitudes térmicas ao longo de todo o ano.
Castas
Colares
Tintas: Ramisco
Bucelas
Brancas: Arinto
Tintas: Ramisco, João de Santarém e Molar
Óbidos, Arruda, Alenquer e Torres Vedras
Brancas: Arinto, Fernão Pires, Seara-Nova, Vital e Chardonnay
Tintas: Castelão, Aragonês, Touriga Nacional, Tinta-Miúda, Trincadeira, pontualmente também podem encontrar, Alicante Bouschet, Touriga Franca, Cabernet Sauvignon e Syrah.
Encostas D’Aire
Brancas: Arinto, Chardonnay, Fernão Pires, Malvasia Fina
Tintas: Cabernet Sauvignon, Aragonês, Touriga Nacional e Trincadeira
Vinhos
Os vinhos de Colares, com produções anuais que não ascendem às 10000 garrafas, são vinhos com características muito especiais pesando muito o facto das vinhas ainda estarem instaladas em pé-franco.
 Em Bucelas a casta dominante é o Arinto, que confere aos seus vinhos aromas frutados e acidez equilibrada, é um vinho seco, leve de uma bela cor citrina.
De uma forma geral os vinhos da região de Lisboa, são vinhos aromáticos, frescos e ligeiramente acídulos.
Os tintos são frutados, bastante aromáticos e ligeiramente adstringentes enquanto jovens, amaciando gradualmente durante o processo de envelhecimento.
Destaca-se ainda a produção de aguardente na zona da Lourinhã.

REGIÃO DE VALE DO TEJO
Situada no berço do rio Tejo a região vitivinícola do Tejo é berço de grandes explorações vitivinícolas.
Dividida em seis sub-regiões:
1)      Tomar;
2)      Chamusca;
3)      Cartaxo;
4)      Almeirim;
5)      Santarém;
6)      Coruche;


ROTA DOS VINHOS DO TEJO
Fonte: Viniportugal
Reestruturada nas suas vinha e adegas, a região do Tejo, desde há 15 anos apostou numa nova directriz de produção, abandonados os túneis de cimento nos quais eram vinificados os seus vinhos, modernizou as suas adegas dando lugar às atuais cubas de inox e barricas de carvalho.
Na vinha o cenário é semelhante, reestruturando as vinhas mais antigas, diminuindo a produção por hectare, instalando vinhas novas, novas castas, mais adaptadas e atuais, fizeram desta região e dos seus vinhos motivo de orgulho e prazer.
Com cerca de 22300 hectares de vinha, predominando a produção de vinho regional, os vinhos aqui produzidos são vinhos bastante agradáveis e d um enorme nível de qualidade.
A região em si, encerra algumas diferenças, tendo o rio Tejo como referência, a zona da Lezíria é uma zona bastante rica em recursos hídricos onde, muitas vezes durante o Inverno as culturas ficam completamente submersas. Com índices de produtividade bastante elevados esta zona é essencialmente produtora de hortícolas e arroz. Do lado direito do Tejo avistamos a zona do Bairro, zona mais pobre, sem abundância de água podemos já encontrar algumas vinhas aqui instaladas, intercaladas com olival. Com características distintas das anteriores, temos a zona da Charneca, mais quente e seca onde efectivamente predominam as vinhas e os montados de sobreiros.
Solos
O tipo de solos, pelo referido anteriormente, encontra-se directamente relacionado com as zonas de proximidade com o rio Tejo. Desta forma, na zona da Lezíria, predominam solos bastante ricos, que permitem elevado potencial produtivo, caminhando para a direita, para a zona do Bairro, aqui os solos são ligeiramente mais pobres e secos, prevalecendo os de origem calcária ou argilosa. Na zona da Charneca encontramos solos essencialmente de areia.
Clima
Mediterrânico temperado, sob forte influência do rio Tejo, onde predominam verões quentes e invernos amenos.
Castas
Brancas: Fernão Pires, Arinto, Tália, Trincadeira das Pratas, Vital, Chardonnay e Sauvignon Blanc.
Tintas: Trincadeira, Castelão, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah.
Vinhos
O processo de modernização e reestruturação das adegas e vinhas do Tejo vieram conferir novas características e apetências a estes vinhos.
Os brancos, de cor citrina, bastante aromáticos, onde se destacam noras essencialmente florais e frutadas, apresentam boa estrutura e acidez equilibrada.
Os tintos, fruto de um decréscimo da produção por hectare, resultam agora em vinhos mais encorpados, com boa profundidade de cor, de bouquet complexo e, macios na boca, deixam um final de boca persistente e bastante agradável.

REGIÃO DA PENÍNSULA DE SETÚBAL
A sul de Lisboa, rodeada de água pelo oceano Atlântico e pelos rios Tejo e Sado, a Península de Setúbal é marcadamente turística, reflexo da paisagem conferida pela serra da Arrábida, ou pela peculiaridade e singularidade de Palmela.
 Influências da Serra da Arábida, fazem desta região uma zona excelente para o turismo, aproveitando as encostas da Serra, que protegem as vinhas dos ventos o oceano. Fora da zona serrana, a paisagem é dominada por pequenas ondulações ou planícies onde nascem os famosos e emblemáticos vinhos de Moscatel de Setúbal.
Dividida entre duas denominações de origem, estas sub-regiões são, em quase tudo, distintas.
1) Palmela;
2) Setúbal.

ROTA DOS VINHOS DA PENINSULA DE SETÚBAL
Fonte: Viniportugal

A região de Palmela, detentora da famosa casta Castelão, à qual, apenas os vinhos desta zona, podem sair sob denominação de Periquita, é caracterizada por grandes explorações vitivinícolas.
A maior parte dos encepamentos existentes são compostos pela Castelão, que confere a estes vinhos características individuais. Como casta tradicional tem que fazer parte dos vinhos com denominação de origem em pelo menos 66.7% da sua composição, facto que justifica a sua tão marcada presença nas vinhas.
Setúbal, região do Moscatel, é um dos vinhos generosos mais conhecidos de Portugal (não esquecendo o Madeira e o Porto), doces, suaves, bastante aromáticos, marca, sem dúvida esta região.
Solos
No alto da Serra, de natureza arenosa, bastante pobres e fraca retenção de água, passamos aos argilo-calcáros existentes nas zonas mais planas.
Clima
Mediterrânico, marca pelas temperaturas elevadas médias anuais, de baixa amplitude térmica, fazendo desta zona uma apetecível região turística.
Castas
Brancas: Moscatel
Tintas: Castelão
Vinhos
O Moscatel de Setúbal é um vinho generoso, de aromas intensos a flor de laranjeira, sabores complexados de frutos secos, passas e café. Bastante encorpado e estruturado apresenta forte potencial de envelhecimento.
Menos comum, o Moscatel Roxo, apresenta-se ligeiramente mais fino que o anterior, no entanto os seus aromas florais e sabores de laranja amarga, passa de uva, figos e avelãs, fazem deste vinho, um agradável aperitivo.
Os vinhos tranquilos da região caracterizam-se pelos seus aromas marcadamente florais e ligeiramente ácidos, no caso dos brancos e, aromas e sabores suaves a especiarias e frutos silvestres, nos tintos.
 


REGIÃO DO ALENTEJO
Estendendo-se ao longo das suas belas planícies, o Alentejo é uma das maiores regiões vitivinícolas de Portugal. De solos pobres e clima quente e seco, reúne todas as características necessárias para produzir vinhos de excelente qualidade. A excepção está na zona de Portalegre, de clima ligeiramente mais húmido e fresco, nascem as suas vinhas nas suaves encostas na serra de São Mamede, estendendo-se pelas planícies adjacentes.
Detentora de cerca de 22000 hectares de vinha, dispersas por toda a denominação de origem o Alentejo subdivide-se em oito sub-regiões:
1)      Borba;
2)      Reguengos;
3)      Redondo;
4)      Portalegre;
5)      Évora;
6)      Vidigueira;
7)      Moura;
8)      Granja-Amareleja.


ROTA DOS VINHOS DO ALENTEJO
Fonte: Viniportugal
Com um enorme potencial vitivinícola a região tem vindo a crescer e a afirmar-se, nacional e internacionalmente. Após períodos mais conturbados reflexos da política agrícola de então, quando o Alentejo foi apontado como o celeiro de Portugal, a área de vinha não tinha a expressão de hoje. Nos anos 50, com a criação das primeiras adegas cooperativas e associações do sector, a vitivinicultura sofreu uma reviravolta. Decorria o ano de 1988 quando o Alentejo teve a sua denominação oficial, o sector está hoje revitalizado, com merecida notoriedade a nível nacional e internacional.
Solos
Estendendo-se desde Portalegre até à Vidigueira, os solos alentejanos diferem de sua natureza. Na zona de Portalegre prevalecem solos de origem granítica com pequenos aglomerados de xisto, na zona de Borba, Redondo e Évora estes, são essencialmente graníticos e argiloso. A zona da Vidigueira é rica em solos de natureza mais argilosa, no entanto também se encontram de natureza calcária. Heterogéneos em toda a sua extensão, no entanto, todos eles de fraca fertilidade, conferem excelentes condições de desenvolvimento à vinha, também ela bastante comedida nas suas necessidades nutricionais e hídricas.
Clima
Clima mediterrânico com algumas características continentais, o Alentejo é caracterizado por verões bastante secos e quentes, que alternam com invernos bastante frios e chuvosos.
Castas
Com uma enorme riqueza varietal, o Alentejo é berço de um vasto leque de castas nacionais e internacionais, assim ditam as tendências dos novos mercados e a necessidade de adaptação aos mesmos.
Desde as castas autóctones que, desde sempre habitaram o Alentejo:
Brancas: Arinto, Fernão Pires e Rabo de Ovelha.
Tintas: Aragonês, Trincadeira, Castelão, Moreto e Alfrocheiro.
O Alentejo é agora palco das mais variadas e reconhecidas castas internacionais:
Brancas: Viognier, Chardonnay.
Tintas: Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Syrah, Petit Verdot.
Vinhos
Desde tempos ancestrais que se produz vinho nesta região, recorria-se para tal ao uso de túneis ou talhas de barro (herdadas do tempo dos romanos), ainda hoje existentes em algumas explorações agrícolas para produzirem vinhos diferenciados com características únicas, que apesar das suas reduzidas quantidades têm grande aceitação pelos mercados.
Mais recentes, as novas adegas, modernizadas e preparadas para fazer face às novas exigências, produzem vinhos brancos límpidos, onde predomina a cor citrina, bastante aromáticos, onde se identificam os aromas frutados e alguns florais, de ligeira acidez, macios e equilibrados.
Os tintos, robustos, de cor carregada, apresentam aromas frutados, essencialmente a frutos vermelhos que evoluem para compotas, frutos secos, café e baunilha (caso tenham tido contacto, vinificação/estágio, com as barricas de madeira). Na boca são aveludados, cheios e bastante persistentes.
Os roses, ainda que em menor quantidade que os anteriores marcam agradável presença nesta região. Ideais para tomar no Verão, estes vinhos revelaram-se uma excelente alternativa aos dias de sol e calor, com a sua estimulante acidez e frescura, exalam aromas a frutos vermelhos, morangos e framboesas, deixando uma agradável sensação de final de boca.
A produção de espumantes nesta região é muito insípida, no entanto alguns produtores estão, com muito sucesso, a produzir alguns destes vinhos.

REGIÃO DO ALGARVE
Resultante das evoluções turísticas da região, o Algarve abrandou durante muitos anos o processo de desenvolvimento vitivinícola, resultando num decréscimo da área de vinha e consequente produção de vinho.
Actualmente, a região vê renascer as suas plantações de vinha e começa a despontar um novo interesse pelos vinhos Algarvio, fruto de novos investimentos, novas adegas e de um esforço conjunto entre produtores e cooperativas da região.
A sul de Portugal, com o mar no horizonte e as serras como “amparo”, o Algarve tem grande potencial para produção de vinhos de qualidade, o seu clima quente e seco permite reunir condições para uma excelente maturação das uvas e, a proximidade das serras do Caldeirão, Espinhaço e Monchique, oferecem-lhe a protecção necessária contra os ventos e brisas salgadas.
Dividida em quatro Denominações de Origem:
1)      Lagos;
2)      Lagoa;
3)      Tavira;
4)      Portimão
Inseridas na denominação de Vinho Regional do Algarve, a sua produção de DO é bastante reduzida, prevalecendo a produção de vinhos regionais.
Solos
Predominantemente arenosos na costa litoral e argilo-arenosos ou derivados de xisto na zona mais ocidental.
Clima
Mediterrânico, com temperaturas amenas durante todo o ano é essencialmente caracterizado pelas baixas amplitudes térmicas anuais. Os valores de precipitação também baixos ao longo de todo o ano, concentram-se mais no período de Novembro a Fevereiro. A proximidade com as Serras de Monchique, Espinhaço e Caldeirão conferem-lhe protecção dos ventos de Norte.
Castas
Brancas: Arinto, Síria, Moscatel
Tintas: Castelão, Negra Mole e Syrah
Vinhos
Os vinhos da região do Algarve são vinhos na sua generalidade macios, pouco encorpados, de aromas frutados e equilibrados.
A região utiliza para a elaboração dos seus vinhos a casta Moscatel, resultando na produção de dois vinhos distintos: doce e seco. Vindimada em sobre maturação, muitas vezes já em passa, a casta permite a elaboração de vinhos doces com excelentes características, resultando vinhos de cor dourada, bastante aromáticos onde sobressaem os frutos secos, noz e amêndoa, deixam um final de boca persistente e agradável.

REGIÃO DA MADEIRA
A Ilha da Madeira há muito que é conhecida pela produção do seu vinho generoso “Madeira”.
A “pérola do Atlântico”, como é usualmente apelidada, encerra em si paisagens lindíssimas, de cor verdejante, resultantes do seu clima mediterrânico e do cuidado das suas gentes.
A Denominação de Origem Madeira não possui mais de 450 hectares de vinha, instaladas nas encostas da ilha, de onde saem as uvas para produzir o famoso Madeira e, alguns dos seus vinhos tranquilos que começam a despontar.

Solos
De origem vulcânica são, na sua generalidade, pouco férteis.

Clima
Mediterrânico, conferindo a esta ilha temperaturas amenas durante todo o ano. Pela sua envolvente com o Atlântico apresenta humidades relativas anuais bastante elevadas.

Castas
Brancas: Verdelho, Malvasia, Boal Alicante e Sercial
Tintas: Tinta Mole

Vinhos
A Madeira produz vários tipos de vinhos, consoante o teor de açúcar, estes variam entre os: doce, meio doce, meio seco e seco.
O mais conhecido é sem dúvida o doce Madeira, elaborado em grande parte à base da casta Malvasia, resultam em vinhos bastante aveludados, extremamente aromáticos, finos e com uma longevidade extrema.
Os vinhos secos e meio secos, elaborados com base nas castas Sercial e Verdelho, têm vindo a ganhar algum espaço nos novos mercados. São vinhos também bastante aromáticos, ligeiramente acídulos, frescos e equilibrados.


REGIÃO DOS AÇORES

Situado no coração do oceano Atlântico, o arquipélago dos Açores, está constantemente sujeito aos ventos e brisas salgadas vindas do mar.
Criadas em 1994, as suas três denominações de origem:
1)      Graciosa;
2)      Pico;
3)      Biscoitos (Ilha Terceira)
Albergam a totalidade das vinhas existentes no arquipélago. Colocadas estrategicamente nos currais, muros de pedra construídos pelo Homem, permitem-se abrigo dos ventos salgados vindos do Atlântico.
Os Açores produzem alguns vinhos brancos secos, no entanto, na ilha Terceira, onde se insere a denominação de Biscoitos, produz-se alguns dos melhores vinhos generosos da região.
Solos
De origem vulcânica, são pouco profundos e de baixa fertilidade, fazem parte da sua constituição o basalto, traquites, andesites e formações argilosas.
Clima
Sob forte influência do Atlântico, os Açores são caracterizados por temperaturas amenas durante todo o ano, baixas amplitudes térmicas e humidade relativa anual bastante elevada.
Castas
Graciosa
Brancas: Verdelho, Arinto, Terrantez, Boal e Fernão Pires
Pico/Biscoitos
Brancas: Verdelho, Arinto e Terrantez

Vinhos
Devido à fraca insolação e à elevada humidade relativa, os vinhos tintos produzidos na região apresentam geralmente baixo teor alcoólico, polifenóis reduzidos, resultando em vinhos sem grande capacidade de envelhecimento, os brancos, são vinhos frescos, ligeiramente acídulos, frutados e secos.
Os generosos, são vinhos encorpados, bastante complexos de aromas frutados, cor de ouro, onde se destacam notas de especiarias. São vinhos quentes, aveludados e equilibrados.