domingo, 17 de março de 2013

VIRGO- A SIMPLICIDADE E ESSÊNCIA DO ALENTEJO



Situada em Santo Aleixo, Concelho de Monforte, a exploração Torre do Frade abraça (entre a totalidade de explorações do produtor) cerca de 3000 hectares do Alentejo.
Uma exploração de carácter puramente familiar, é extremamente versátil, diversa e actual, sem nunca esquecer as raízes familiares dos seus antepassados e de uma agricultura que, em 1839 era quase na sua totalidade auto sustentável.  Os tempos mudaram, a sociedade caminhou para especializações e monoculturas perdendo-se em muito a sustentabilidade das explorações agrícolas existentes por todo o país.
Contrariando essa tendência e conjuntura a Torre do Frade aposta na diversidade e sustentabilidade de todo o espaço rural, desde a produção de cereais: trigo, cevada, aveia, milho e girassol à produção extensiva de suínos e bovinos que tranquilamente pastam ao longo do montado de sobro.

A vinha foi uma aposta mais recente e, deixem-me dizer uma feliz aposta. Costuma dizer-se que quando imprimimos paixão e dedicação aos nossos projectos estes tendem a correr da melhor forma, o sucesso é apenas uma parte do gosto que retiramos dele.





Se a tradição se pode aliar à inovação este é um bom exemplo. O conceito MAKE THE MOMENT, remete-nos para uma experiência única, pessoal e intransmissível. O seu rótulo branco, destacável, convida a todos os provadores a registar as emoções, sensações e experiências vividas durante o momento da prova. São essas experiências transcritas para o papel, em forma de desenhos ou palavras que vão constituir a imagem, sempre em mutação do VIRGO, que provamos.









A vinha composta pelas castas: Arinto, Viognier e Antão Vaz compõem o encepamento branco que dá origem aos vinhos: VIRGO E TORRE DO FRADE VIOGNIER. As tintas: Trincadeira, Alicante Bouschet, Aragonez e Syrah dão corpo e alma ao: VIRGO e TORRE DO FRADE RESERVA.





VIRGO branco

De cor citrina o Virgo liberta aromas cítricos conjugados elegantemente com um toque floral proveniente do Viognier. Mais discretamente são libertadas suaves fragrâncias tropicais fazendo lembrar o abacaxi.
Na boca é aveludado, encorpado e extremamente equilibrado. Sobressaem os aromas citrinos e florais deixando um final de boca bastante agradável.

Castas: Arinto, Viognier e Antão Vaz
Ano: 2011
Álcool: 13%









VIRGO tinto

Vestido de granada intenso com laivos violeta, escorrega lentamente ao longo das paredes do copo, libertando suaves aromas a frutos vermelhos, destacando-se as amoras, cerejas e ameixa. Na boca é macio, leve, com taninos bem incorporados num todo bastante agradável.

Castas: Syrah, Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet
Ano: 2010
Álcool: 12,5%



TORRE DO FRADE VIOGNIER


De cor amarelo palha, estrutura intensa é dotado de uma acidez que lhe dá vida. Ao contrário do que previa, os aromas florais não predominam neste vinho, sobressaindo notas citrinas de frescura e vivacidade e suaves apontamentos de frutos de polpa branca. É extremamente encorpado, oleoso e sedoso na boca. O final de boca caracteriza-se por uma enorme frescura e persistência, denotando aqui algumas notas de frutos secos, ainda que muito discretas, muito provavelmente oriundas da madeira. Bastante agradável, bem estruturado e equilibrado.

Castas: Viognier
Ano: 2011
Álcool: 13%





TORRE DO FRADE RESERVA tinto

Brevemente publicaremos as notas de prova

domingo, 3 de março de 2013

DONA DORINDA | SYRAH 2011

Há coisas assim, que nascem como que abençoadas desde o início.



A começar pelo nome, a Quinta "Nossa Senhora da Conceição", é abençoada desde o baptismo, até à sua localização. Situada às portas do "Céu", com os Monges Cartuxos como vizinhos, a quinta assenta em solos alentejanos, mesmo à saída de Évora. De lá avista-se a cidade, ouvem-se os monges na sua oração, e ainda se avista todo o esplendor de céu que a nossa vista alcança.

Integrada no curso de Agricultura Biológica, a visita à Quinta deixou-me maravilhada. As práticas de agricultura biológica, integradas sempre que possível com Agricultura biodinâmica, revelaram-se uma verdadeira experiência de novas, ou ancestrais melhor dizendo, técnicas de produção, visando sempre a preservação da natureza como um seu todo. A diodiversidade, a escolha de variedades tradicionais no pomar recém instalado, bem como a sua horta, com os legumes mais propícios à época, permitiram a todos os que a visitaram desmistificar, para quem ainda é reticente a estas práticas, o conceito e a prática de uma agricultura, que aos poucos vem ganhando espaço numa tentativa de corrigir erros e praticar uma agricultura mais saudável e mais próxima do "divino".








Alinhada com as estrelas, a vinha com cerca de dois hectares, encontra-se instalada em forma de "meia-lua", chamando a si as boas energias que o Universo tem para nos oferecer.

E deixem-me dizer-vos que, a comprovar toda esta ligação, conectividade, energia e proximidade com a "Terra", está o vinho "Dona Dorinda". Do ano de 2011 este monocasta de syrah é estrondoso!

Um vinho encorpado de cor ruby escuro, carregado e profundo, liberta inebriantes aromas a frutos silvestres, amoras e bagas vermelhas, um sedoso toque abaunilhado, tudo isto conjugado com estrema elegância e equilíbrio. Sobressaem ainda notas a especiarias e na boca, bastante volumoso, sedoso onde o vegetal ainda se encontra presente. Neste caso vou arriscar dizer que com apenas 2 anos de idade este vinho promete e a idade irá certamente amadurecê-lo e torná-lo num ícone.

Será apenas engarrafado neste ano e infelizmente, penso que não o voltarei a provar, uma vez que a sua comercialização se destina exclusivamente ao mercado dos Estados Unidos, terra-mãe dos proprietários do Valbom do Rouxinol, denominação social da empresa.

A quem o encontrar recomendo vivamente que não perca a oportunidade de o provar.

Dados:
Dona Dorinda 2011
Casta: Syrah
Alcool: 16%
Designação: Regional Alentejano

Empresa: Valbom do Rouxinol, Lda
Morada: Quinta Nossa Srª da Conceição | 7000 Évora | Alentejo | Portugal
Contacto: v261076@gmail.com


Da minha parte, fica desde já um muito obrigado por esta visita  e despeço-me com um ATÉ BREVE!