domingo, 28 de agosto de 2011

Desengane-se quem pensa que o vinho engorda!

Desde há muitos séculos que o vinho é parte integrante da dieta dos povos. Conhecidas as suas propriedades e faculdades era, muitas vezes, utilizado na medicina como receita para a depressão. O seu consumo diluído em pequenas quantidades de água era remédio para problemas psicológicos resultando em estados de felicidade e euforia, prolongando ainda a longevidade de quem o consumia regularmente mas, com moderação.
Mas não é destes efeitos, que vamos aqui falar!
Estávamos em finais do século XX quando, os mitos e conhecimentos empíricos sobre os efeitos do consumo de vinho, deram lugar a explicações e descobertas científicas.
Para percebermos o porquê dos benefícios de vinho, vamos abordar ligeiramente o seu processo de fabrico.
O vinho tinto resulta da prensagem das uvas, das quais se extrai o sumo. Durante o processo de fermentação, o suco resultante da prensagem fica em contato com as grainhas e películas da uva. Deste contato mais prolongado resulta uma extração dos diferentes compostos existentes nas “massas” (grainhas e película), de entre os quais um composto anti-oxidante de nome resveratrol.
O que é o resveratrol?
O resveratrol é uma substância química, existente na película das uvas. Este composto, pertencente ao grupo dos flavonóides apresenta capacidade de elevar o bom colesterol e baixar o mau (LDL colesterol), mantendo a coagulação normal do sangue diminuindo o stress celular.
Quais os efeitos do resveratrol na dieta alimentar?
O resveratrol reduz o número de células adiposas. O nosso corpo acumula gordura nas células denominadas de adipócitos, estes adipócitos segregam hormonas, entre elas a leptite, que enviam mensagens de saciedade ao nosso cérebro. Ao ingerir resveratrol verifica-se uma diminuição em número e tamanho destas mesmas células resultando num decréscimo da capacidade de armazenamento de gordura.
Devido à sua capacidade em diminuir a quantidade de gordura produzida nos adipócitos, faz deste composto, um excelente suplemento nas dietas de diminuição de obesidade.

Uma equipa de investigadores de Harvard, têm ao longo dos últimos anos desenvolvidos vários estudos no sentido de explorar os diferentes efeitos que o resveratrol apresenta para a saúde humana. David Sinclair, chefe da equipa de investigação, afirma que o resveratrol, além do seu efeito no processo de emagrecimento, apresenta ainda propriedades anti-envelhecimento, redução de problemas cancerígenos, coronários e outras doenças relacionadas com a idade
Mais recentemente, uma equipa da Universidade de Navarra, explica que o vinho tinto fornece calorias ao organismo, no entanto, estas calorias são rapidamente absorvidas e metabolizadas, não ficando acumuladas nos tecidos que conduziam a um excesso gordura.
O efeito do vinho na mulher
Também para as mulheres o vinho desempenha um papel especialmente importante no processo de emagrecimento e/ou não aumento do peso. O corpo da mulher é composto por um maior número de enzimas com capacidade para degradar o álcool, necessitando no entanto de produzir substâncias em maior quantidade para o metabolizar, resultando num maior consumo de energia e auxiliando na perda de peso.
Estão agora provados, os efeitos benéficos para a saúde e bem-estar do corpo e da mente, no entanto, não se esqueça, beba com moderação!


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Mudam-se os nomes ...

Prosecco não… Glera!
Prosecco é, desculpem, era, uma casta branca de origem italiana, originária da região de Veneto. Muito utilizada na produção de espumantes, conhecida pelos seus aromas delicados, os vinhos Prosecco, eram produzidos segundo o método Charmat, o que lhes conferia a vantagem de desde logo muito cedo, estarem aptos ao consumo, mantendo a vantagem de preservar as suas capacidades de envelhecimento.

Como inúmeras castas italianas, a Prosecco atravessou fronteiras e, atualmente encontra-se disseminada por todo o mundo vitivinícola, como é o caso do Brasil. Muito apreciada neste país os espumantes Prosecco têm um comportamento bastante agradável, originando espumantes bastante frescos e acídulos a preços bastante apelativos.
Desde 2009 que o “nome” Prosecco está protegido. De nome de casta a Denominação de Origem Controlada (DOCG), o nome Prosecco é agora de utilização restrita, apenas para vinhos do Northern Italian Prosecco, sob as denominações de Prosecco di Conegliano – Valdobbiadere, Prosecco di Conegliano e Prosecco di Valdobbiadere.
Atualmente e, para quem procura o espumante da referida casta terão que procurar por espumantes elaborados com Glera, novo nome adotado para a mesma. Os vinhos continuam a existir, estão disponíveis no mercado mas, sob a denominação de Glera, como sua principal, se não exclusiva, casta.
Quanto ao nome Prosecco, ficará como embaixador de uma região.


Trocas e beldrocas que, tantas e tantas vezes confundem o consumidor! Esperamos ter ajudado de alguma forma!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Tesourinhos do Baú - Vinhos de Portugal - Parte 1 / 1949

Vinhos de Portugal - Parte 1 / 1949



Filme preservado no laboratório de restauro da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema. Trabalho realizado com o apoio do Instituto da Vinha e do Vinho, IP.

Tesourinhos do baú III - Vinhos de Portugal - Parte 2 / 1949






Vinhos de Portugal - Parte 2 / 1949

Filme preservado no laboratório de restauro da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema. Trabalho realizado com o apoio do Instituto da Vinha e do Vinho, IP.

Tesourinhos do baú II - V Congresso Internacional da Vinha e do Vinho / 1938

V Congresso Internacional da Vinha e do Vinho / 1938

Filme preservado no laboratório de restauro da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema. Trabalho realizado com o apoio do Instituto da Vinha e do Vinho, IP.

Tesourinhos do baú!!






Filme preservado no laboratório de restauro da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema. Trabalho realizado com o apoio do Instituto da Vinha e do Vinho, IP.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O Montado Alentejano - "O Homem terá pelo menos dado a partida para a descoberta da vida quando começar a plantar árvores frondosas, sob as quais sabe muito bem, que nunca se sentará" D. Elton Truebood

Fonte: Greencork
Reciclagem de rolhas de cortiça
No "Ano Internacional das Florestas", o sobreiro ocupa lugar de destaque, principalmente no Alentejo, onde a sua extensão e utilização, permite a sustentabilidade a milhares de familias.
Pelas suas características e diversas utilizações, o montado de sobro há algum tempo que deixou de ser encarado como uma "herança perene" e, a cada ano, cresce uma maior consciência da sua multifuncionalidade permitindo abrir novos caminhos e soluções ao mundo do montado.

Além da produção de cortiça, a cada 9 ou 10 anos, o aproveitamento da bolota, das pastagens e outros complementares ao montado, como os cogumelos, as ervas aromáticas, frutos silvestres, a própria apicultura, a cinegética, renascem na consciência dos mais distraídos, para que o povoamento florestal, ou melhor, a gestão florestal sustentada, seja uma realidade que, ainda que a passos muito pequenos, ganhe adeptos.

É fato que, os apoios do Proder à reflorestação, à instalação de novos povoamentos, bem como à diversificação das atividades na floresta, estão longe de atingir os objetivos iniciais do Programa.

Compreende-se em parte a argumentação dos proprietários,  argumento de que o (re) povoamento florestal é um investimento elevado e a muito longo prazo, para o qual, qualquer retorno financeiro só tem início ao fim de 10-20 anos, dependendo da espécie em questão.

Mas, será que as questões florestais, podem ser meramente analisadas sob o ponto de vista financeiro? E toda a envolvente ambiental, social e ecológica? Não terão estas um peso acrescido na tomada de decisões?

Deixo-vos  este documentário da BBC sobre o Montado português




É caso para dizer: Nem só de cortiça vive o Homem!

domingo, 7 de agosto de 2011

MALHADINHA NOVA  

                                                                           
Com uma das mais belas planícies do Alentejo, onde o verde dos campos intercala com o amarelo dos girassóis, o baixo Alentejo revela-se também em grandes extensões de vinha e olival. Desmistificado há muito que esta região, essencialmente a Vidigueira, era região de vinhos brancos, os tintos chegaram e afirmaram-se, não deixando margem para dúvidas!
Caminhando um pouco mais para baixo, chegamos a Albernoa, mais exactamente à herdade da Malhadinha Nova. Num ambiente calmo, tranquilo, somos recebidos e informados de que temos que esperar um pouco pela abertura do restaurante. Sem pressa, aproveitamos e passeamos um pouco, começando por visitar as vinhas. Assentes sob solos de xisto, distribuídas pelas suaves encostas da propriedade, as vinhas começam a ganhar cor lembrando-nos que a vindima não tarda. Feita na sua totalidade manualmente, as uvas são cuidadosamente levadas para a adega, onde se faz uma selecção bastante criteriosa para garantir que, apenas as melhores entrarão nos vinhos da herdade. As castas, essas, são essencialmente tintas, onde encontramos Aragonês, Touriga Nacional, Trincadeira, Alicante Bouschet, Syrah, Cabernet Sauvignon e Alfrocheiro, relativamente às brancas prevalece o Arinto, Roupeiro, Antão Vaz e Chardonnay.
Passamos à adega, construída com tecnologia moderna, trabalhando essencialmente por gravidade, para evitar que a acção das bombas prejudiquem a qualidade da uva, recebe as uvas nos seus lagares onde tradicionalmente, pé ante pé, são esmagadas por quem lá trabalha.
Abrem-se as portas do restaurante! Enquanto degustamos uma tábua mista de queijos e enchidos, provamos o azeite da Malhadinha. Elaborado a partir da variedade galega que habita no olival tradicional, mostra-se bastante fino e agradável.
Chegam os tão esperados vinhos! Como ainda está calor lá fora, resolvemos começar com os brancos. Provamos Antão Vaz, Monte da Peceguina e Malhadinha Nova, todos de 2010. O Malhadinha Nova de cor citrina, revelando a sua tenra idade apresenta um bouquet bastante complexo a frutos maduros a laranja, ananás com ligeiras nuances de passa e baunilha. Na boca os sabores são discretos, prevalecendo o fumo, tabaco resultante do estágio em barricas. Com acidez marcada que lhe confere vivacidade e frescura, deixou-nos deliciados.
Continuamos a prova com o Monte da Peceguina Rosé 2010, de cor cereja, rico em álcool (14%), liberta aromas a frutos vermelhos com notas herbáceas. Elaborado a partir das castas Touriga Nacional e Aragonês, revela-se com uma ligeira acidez na boca, taninos marcados prevalecendo uma sensação de secura na boca. Os aromas sentidos são agora mais discretos desaparecendo gradualmente.
Chegou a vez dos tintos! Aqui a escolha ainda se torna mais difícil, desde os monocastas ao Marias da Malhadinha e ao Pequeno João, os tintos revelam-se no seu geral vinhos encorpados, complexos de elevada intensidade aromática. Marcados pelas suas castas e pelo estágio em madeira são vinhos elegantes, reflexo de toda a dedicação com que são elaborados!
O monocasta 2008 de Touriga Nacional, apresenta-se de cor rubi, profundo, desprendendo aromas a frutos vermelhos bastante maduros, onde podemos identificar a ameixa e os frutos silvestres. De sabor aveludado a frutos vermelhos, ressaltam alguns toques de madeira sem lhe retirar o equilíbrio e a elegância. De persistência mediana, deixa um agradável final de boca.
Também nós ficámos com um agradável final de boca e de dia, pelo excelente espaço, atendimento e claro, pelos fantásticos vinhos que provámos!
Até breve e… bons vinhos!
PROVA DOS BRANCOS
ENTRADA DO RESTAURANTE E ADEGA

ADEGA

SALA DE PROVAS

ROSÉ DA PECEGUINA- PRESENTE NO CONCURSO DOS VINHOS ENGARRAFADOS DO ALENTEJO

COMEÇARAM OS TINTOS

HOTEL E SPA