Integrado no curso de certificação de técnicos em Produção Integrada de vinha, o grupo da PRODI, partiu rumo à Fundação Eugénio de Almeida- FEA-Évora.
Com o objetivo de visitar um produtor que respeitasse e cumprisse as normas de Produção Integrada de Vinha, a escolha recaiu sobre a FEA, empresa que há muito vem sendo referência para técnicos, produtores e consumidores.
Pelo respeito e conservação do saber tradicional, aliado às mais
avançadas técnicas vitícolas: rega, controlo de infestantes e fitossanidade da
videira, a FEA, assume um compromisso de produção de vinhos de elevada
qualidade, respeitando a natureza, que generosamente lhe oferece as melhores
condições de solo e clima.
Ao longo dos seus 450 hectares de
vinha, todos os trabalhos são planeados e executados de forma criteriosa, com a
finalidade de obter a máxima expressão das castas que assentam sobre estes
generosos solos. Maioritariamente compostas por castas nacionais, cerca de dois
terços são compostos por variedades tintas, onde se destacam as autorizadas
para a produção de DOC Alentejo para a região de Évora: Aragonez, Trincadeira,
Castelão e Tinta Caiada. Nas brancas, predominam as tradicionais Síria
(Roupeiro), Antão Vaz e Arinto.
Destacando-se pela diferenciação
e consciência, de que uma agricultura conservadora é sem dúvida uma mais-valia
para esta natureza, que a cada ano nos presenteia com produtos de elevada
qualidade, a FEA encontra-se em processo de reconversão para agricultura
biológica, tendo atualmente cerca de 45 hectares mantidos sob este método de
produção.
Após visita às várias vinhas da
FEA a tarde espreita e o calor aperta, fazendo-nos lembrar que está na hora de
descansar um pouco.
Termina visita às vinhas, mas não à FEA!
Assim deslocamo-nos ao wine bar da FEA, onde nos deliciamos com um refrescante e agradável “Espumante Bruto- Cartuxa” de 2009.
“Espumante Bruto- Cartuxa” de 2009- Elaborado exclusivamente a
partir da casta Arinto, seguindo o método tradicional e posterior estágio em
madeira, apresenta-se fino, elegante e equilibrado. Com aromas que fazem
lembrar os lacticínios, destacam-se notas de frutos secos e madeira. Na boca
“brincamos com as bolhinhas” e deliciamo-nos com as agradáveis nuances a frutos
secos.
Entre uma tábua de queijos e
enchidos regionais, eis que aparece na mesa o Cartuxa tinto 2008.
Adormecidas durante 8 meses no interior da garrafa, as castas Aragonez,
Trincadeira e Alicante Bouschet despertam agora numa nova atmosfera. Damos-lhe
um tempinho para que possam “respirar”! Libertados os aromas, sentimos suaves
apontamentos de frutos vermelhos, acompanhados de uns discretos tons de
vegetal. Equilibrado, suave e delicado prolonga-se num agradável final de boca
tostado, reflexo do seu estágio em madeira de carvalho.
A tarde termina e é chegada a
hora de partir!
O nosso muito obrigado à FEA pela
disponibilidade e simpatia com que nos recebeu!
Sobre a Fundação Eugénio de Almeida
Fundada em 1963 pelo Engª Vasco
Maria Eugénio de Almeida, a FEA é uma instituição de direito privado e
utilidade pública que tem como missão promover o desenvolvimento cultural,
social e educativo da região de Évora.
Na sua vertente agrícola a FEA é
constituída por diferentes propriedades, produzindo vinhos e azeite, sob
denominação de Évora- Alentejo.
Quinta de Valbom
A antiga adega, originalmente Casa
de repouso da Companhia de Jesus, é atualmente centro de estágio dos vinhos da
FEA.
É também aqui que, desde 1598, no
Convento de Santa Maria de Scala Coeli, os monges Cartuxos levam uma vida de
solitária de reflexão e oração. Por vezes quando o silêncio se instala dos
trabalhos da adega, podemos ouvir os seus cânticos, suaves, harmoniosos que nos
remetem a fantasias de outros tempos e locais.
Foi em homenagem aos Monges
Cartuxos e ao Convento de Santa Maria Scala Coeli (“escada para o Céu”), que a
Fundação apelidou os seus memoráveis vinhos de: Cartuxa e Scala Coeli.
Mais recentemente a Quinta do
Valbom é polo de enoturismo, cativando os seus clientes e visitantes com a
abertura do Wine Bar. Espaço agradável, simples, elegante onde se podem provar
os vinhos e azeites da fundação.
Herdade de Pinheiros
Aqui a paisagem perde-se de vista
pelas vastas tonalidades acastanhadas que contrastam com o verde das vinhas.
A Herdade de Pinheiros é agora
terra mãe da nova adega. Estrutura majestosa, moderna e extremamente bem
equipada, faz face aos 3 milhões de garrafas que a FEA produz anualmente.
Construída a 7 metros de
profundidade e equipada com um sistema de frio integral, a adega permite a
movimentação e transferência de massas, totalmente por gravidade. O sistema de refrigeração
e triagem das uvas encontra-se dividido em várias fases, permitindo uma escolha
efetiva das uvas de melhor qualidade.
Marcas
As marcas disponíveis no mercado
são: Pêra-Manca, Scala Coeli, Cartuxa, Foral de Évora, EA e o primeiro
espumante DOC do Alentejo-Espumante Cartuxa.
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