E se encontrar aromas animais
durante a degustação de um vinho? Bom? Mau? Depende!
Aromas como o couro, o civeto ou
caça, são frequentemente encontrados em peças de pele (malas e acessórios), perfumaria
e vinhos.
Suaves nuances destes aromas
podem conferir alguma complexidade e elegância a alguns vinhos maduros e bem
evoluídos.
O aroma a couro é um aroma
terciário, de origem animal, podendo adquirir nuances de caça ou pêlo de
animal. Fragrâncias muito características e frequentemente utilizadas pela
indústria de perfumes (Channel ou Hérmes), marcam presença em vinhos, revelando
maturação e evolução.
Presente maioritariamente em
vinhos tintos, faz-se muitas vezes acompanhar de notas de trufa, café e passa
de ameixa.
Expressa-se geralmente em castas
ricas em taninos, fortes de estrutura e personalidade. São as suas
características de forte personalidade, de forte carácter e carregadas de cor
(Mouvédre, Tannat, Merlot) que irão conferir capacidade de envelhecimento e maturação,
marcando os vinhos com notas de couro e elegância.
O civeto, para quem não conhece este “bichinho”, “primo” da doninha,
do tourão e do zorrilho, é um mamífero muito parecido com os felinos.
O seu aroma utilizado, como já
referido pela indústria da perfumaria e das peles, tem origem numa glândula
situada debaixo da cauda do animal e que apresenta parecenças com a gordura.
Presente também na natureza em
flores brancas como o jasmim, as moléculas de indol, civetona e escatol,
revelam-se igualmente no vinho durante o seu processo de maturação.
Desenvolve-se geralmente em
vinhos tintos que estiveram em contacto com as borras durante algum tempo,
podendo ser encontrado em vinhos maduros do Alentejo e Douro, estruturados,
complexos, rústicos e encorpados.
Este tipo de aromas pode surgir das suaves nuances a jasmim ou frutos vermelhos (primários), amadurecendo com
o vinho, para apontamentos animais culminando muitas vezes em aromas de ranço, que
se manifestam a partir de notas de passa de ameixa.
Sem comentários:
Enviar um comentário