As infestantes são consideradas
inimigos chave da vinha por poderem causar sistematicamente, importantes
prejuízos em virtude da enorme competição com as cepas, para a água e
nutrientes existentes no solo, em particular nos períodos críticos de maior
desenvolvimento vegetativo, podendo traduzir-se na diminuição do crescimento
das novas vinhas e na redução da quantidade e qualidade da produção.
As infestantes podem também, por
vezes, ter o inconveniente de serem hospedeiras de pragas, como ácaros
tetraniquídeos e outras pragas polífagas, como a pirale e de fomentar um ambiente
demasiado húmido, favorável ao desenvolvimento de doenças como míldio, podridão
cinzenta ou oídio.
A presença de infestantes na
vinha pode contudo, ser útil e desejável como hospedeiras de auxiliares
responsáveis pela limitação natural das pragas em geral e, em particular de
cochonilhas, cigarrinha verde e pirale.
Infestantes leguminosas como
trevos, ervilhacas, serradelas e luzernas podem ser úteis pela sua capacidade
de fixação de azoto atmosférico e consequente enriquecimento da fertilidade do
solo.
Além disso possibilitam o aumento
do teor de fósforo em profundidade no solo, nomeadamente pela decomposição das
raízes, disponibilizando o fósforo em forma facilmente absorvida pelas raízes
da videira.
A manutenção de infestantes, em
especial durante o Inverno contribui para diminuir a perda de azoto por
lavagem.
Também podem contribuir para um
aumento do teor de matéria orgânica no solo, para melhorar as propriedades
físicas e favorecer o aumento das populações de decompositores como as
minhocas.
A presença das infestantes
contribui também para a melhoria da estrutura e porosidade do solo, com os
consequentes benefícios sobre o arejamento, a capacidade de drenagem e
armazenamento de água. Deste modo, verifica-se a redução da erosão resultante
do escorrimento da água á superfície.
Estratégias no combate às
infestantes da vinha:
- Mobilização do solo em toda a
superfície;
- Mobilização da linha e
herbicida na entre-linha;
- Mobilização do solo, alternando
anualmente com herbicida;
- Não mobilização com recurso a herbicida;
- Enrelvamento do solo, durante
Outono- Inverno e nalguns casos permanente
A Primavera está quase a chegar e, para quem ainda não fez a aplicação de herbicida deverá fazê-lo na primeira oportunidade.
No próximo artigo, serão abordados os herbicidas e sua forma de acção na cultura e nas infestantes, bem como a listagem das substâncias activas homologadas para a Protecção Integrada da Vinha para 2012.
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