quarta-feira, 22 de junho de 2011

A adega mais antiga do mundo data de há 6100 anos atrás




Uma equipa internacional de investigadores descobriram a mais antiga adega de que há conhecimento até à data. Situada na Arménia, na cidade de Areni na fronteira com o Irão,  foram descobertos artefactos para elaboração de vinho que datam de há 6100 anos atrás.Um verdadeiro complexo de produção vinícola, composto por cubas para esmagar as uvas, jarros de fermentação, uma caneca e uma garrafa vieram provar uma vez mais que a elaboração e consumo de vinho são rituais existentes desde há muito.
A descoberta, anunciada pela National Geographic Society, que afirma que "As provas sustentam, de forma convincente, um complexo de vinificação", afirmou Patrick McGovern, director científico do Laboratório de Arqueologia Biomolecular do Museu da Universidade de Pensilvânia, em Filadélfia, que não fazia parte da equipa de investigação. Tal produção de vinho em larga escala implica que a uva euro-asiática já tivesse sido aclimatada, referiu McGovern.

De acordo com os equipamentos encontrados prevê-se que as cubas serviam para esmagar as uvas com os pés, sendo que no complexo foi inclusivamente encontrada uma cuba a uma cota inferior, com ligação directa à anterior, de forma a que o sumo de uva após esmagado mecanicamente por pisa, caísse por gravidade para uma outra que possivelmente serviria como cuba de fermentação.
 Foram também encontardas sementes de uva, restos de uvas prensadas e dezenas de videiras secas. As sementes eram provenientes de vitis vinifera vinifera,  utilizadas actualmente como porta-enxerto das uvas para produção de vinho.
Os mais antigos restos de uvas comparáveis aos agora encontrados haviam sido descobertos no túmulo do antigo rei egípcio Scorpion I, com cerca de 5100 anos, no entanto os arqueólogos suspeitam que o vinho seja produzido há mais de oito mil anos. 
 Apesar da maioria do conhecimento histórico desta altura se centrar nas civilizações que se desenvolviam no Egipto ou na Mesopotâmia, Gregory Areshian defende que “existiam muitos centros únicos, especializados, de civilização no mundo antigo, que hoje só conseguimos olhar como um mosaico de populações.”

Não se conhece a identidade do povo que habitava aquele local, os cientistas acreditam que as prensas de vinho seriam utilizadas pelos precedentes do povo Kura-Araxes, um dos primeiros povos transcaucasianos. Segundo os investigadores, este vinho seria utilizado em cerimónias fúnebres, já que as prensas e os jarros de vinho estavam junto de túmulos.

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